10.10.12

BPI - parte II

O BPI, como muitos outros bancos e empresas, é um open space. Confesso que não gosto. Em primeiro lugar a conversa que estamos a ter com o nosso gestor de conta ou com o bancário que nos atende é ouvida por todos os funcionários e clientes. Basta estarem atentos e ficam a saber os nossos dados pessoais, o dinheiro que temos na conta, o que queremos, as dúvidas e/ou dívidas que temos, etc....Ora, eu não vou ao banco para servir de novela aos outros. Em segundo, ficamos também a saber a vida dos outros, principalmente se os funcionários forem muito pouco profissionais.
Nesta nossa ida ao BPI, um cliente que estava a ser atendido ao nosso lado chateou-se com algo que a bancária lhe disse e levantou-se dizendo que se ela fosse uma verdadeira profissional não emitiria juízos de valor. Pediu o livro de reclamações que não lhe foi imediatamente dado e saiu de lá furioso a dizer que ia chamar a polícia. Concordo que a postura do cliente foi rude e espalhafatosa, mas nada justifica o comportamento que a funcionária teve de seguida. Chateada, decidiu partilhar com os colegas a situação (Hello...? Estamos no open space...onde para além dos colegas há também outros clientes...como nós), e em minutos fiquei a saber que aquele senhor está em processo de divórcio e que tem uma providência cautelar contra ele por parte da (ex-)mulher, entre outros pormenores da sua vida. E estive para me levantar e explicar que não sabendo o que ela tinha dito ao senhor (e por isso, não sabendo quem tinha a razão), ele tinha acertado numa coisa: ela era muito pouco profissional. Porque é verdade que neste momento nem me lembro da cara dele, mas até podia ser meu vizinho ou meu colega de trabalho, e eu numa ida ao banco ficava a saber de coisas que ele tinha todo o direito de manter privadas.
Esta história fez-me lembrar uma que a minha mãe presenciou, num consultório formado por médicos de várias especialidades, em que na sala de espera ela esteve o tempo todo a ouvir as senhoras da recepção a ligarem a mulheres que tinham colocado próteses mamárias daquela marca francesa que estava a dar problemas e que deveriam regressar ao consultório. E ali estava ela a ouvir os nomes completos das senhoras, pensando no quão absurdo seria se de repente ouvisse o nome de alguma conhecida, ficando assim a saber informações acerca do peito da senhora.

Não gosto de open space (sim, porque depois vemos funcionários demasiado ocupados para nos atenderem, a falarem ao telefone....a combinar jogos de futebol ou jantaradas com os amigos). Mas gosto ainda menos de funcionários que não sabem trabalhar neste tipo de espaços.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Digam-me coisas. :)