4.3.17

Ainda é Natal cá em casa

Aqui por casa ainda é Natal, por incrível que pareça. Não faço parte daquele grupo de pessoas que decora a casa toda, que vive o Natal até poder, que adia e adia o ter de retirar tudo e de arrumar a árvore de Natal. Na verdade, já todas as decorações estão guardadas e sobra apenas a árvore da Natal, já com a ficha desligada da tomada para não cedermos à tentação de ligarmos as luzinhas quando ouvimos a Mini-Tété dizer "Tatao? Uz?" (Natal! Luz!). Para todos os efeitos, a culpa de ainda termos a árvore de Natal é dela. Em Dezembro, apaixonou-se pela árvore e pelas luzes e passou a fazer parte da nossa rotina matinal o biberão de leite, os gritinhos quase histéricos de "Tatao! Uz! Uz! Uz!", o sentá-la no sofá a rebentar de expectativa, o ligar as luzes e ver a felicidade espelhada naquela cara tão bonita. Não fosse eu tão avessa a colocar fotografias da minha filha na internet, e mostra-vos aqui uma fotografia que lhe tirei num destes momentos, da sua felicidade, da sua alegria, do seu grande sorriso matinal.
No dia 6 de Janeiro, dia em que por norma o Natal acaba cá em casa, esta rotina do biberão e das luzes mantinha-se e eu não fui capaz de tirar a árvore de Natal da nossa sala. Ignorei o dia de Reis, ignorei o hábito de arrumar tudo e decidi que a minha filha só tem 1 ano uma vez na vida, que quero gozar tudo a que tenho direito mesmo que isso implicasse manter a árvore por tempos indefinidos. Durante o mês de Janeiro o entusiasmo com as luzes foi esmorecendo, nem sempre se lembrava e já conseguíamos desligar as luzes durante algum tempo durante o dia sem que ela se apercebesse logo. Mas depois vieram cá os meus pais e eu não quis retirar a árvore na presença deles (para que ela não associasse a visita dos avós ao acabar de algo que ela gostava tanto) nem quando se foram embora (para que ela não associasse a partida dos avós à partida de algo que ela gostava tanto). E assim entrámos em Fevereiro ainda com uma árvore de Natal na nossa sala. Durante este mês, em que ela se deve ter lembrado da árvore duas ou três vezes, fui pedindo ao Jack que me trouxesse da arrecadação a caixa onde a guardamos, mas o tempo foi passando e nada de caixa. Eu não tenho uma das chaves de acesso à arrecadação e mesmo que tivesse, há demasiadas teias de aranha para o meu gosto. 
Ontem, já em Março, enquanto me via atarefada à volta de coisas na cozinha, o Jack perguntou o que podia fazer para me ajudar. Respondi-lhe: arrumar os brinquedos espalhados da Mini-Tété. Perguntou-me: E queres que vá buscar a caixa da árvore de Natal?
Siiiiiiim.
Deitei-me sem pensar mais no assunto, mas hoje revirei a casa à procura da caixa. Quando ele chegou a casa perguntei-lhe: Ontem não foste buscar a caixa, pois não?
Não.
Cheira-me que vamos continuar a ter Natal até Abril.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Digam-me coisas. :)