Tinha a Mini-Tété cerca de 5 meses, quando um senhor me disse "Ai é assim calminha? Esperem pelos 6 meses! Aí acordam para a vida e vai ser um terror!", e eu olhava para o neto dele, de 1 ano, aos berros na cadeira da papa e pensava que se a minha filha realmente ficaria assim. Não ficou. É verdade que notámos uma mudança enorme aos 6 meses, passou a interagir mais, a tentar comunicar, a brincar mais, com o nascimento dos dentes houve ali umas noites mal dormidas, mas não houve uma alteração assim tão grande no comportamento e a bebé come-e-dorme que era continuou a ser uma bebé pouco difícil, com a energia própria da idade. Quando ela começou a aproximar-se da idade com que deveria gatinhar (e eu a entender que isso não aconteceria pois a pequena sempre odiou estar de barriga para baixo e só queria estar sentada), diziam-me "Não tenhas pressa! Quando começar a gatinhar, nunca mais tens sossego na vida!". E eu não tinha pressa, mas olhava para ela e pensava que na verdade até me dava jeito que ela se deslocasse, mesmo com a opinião dos meus pais e amigos que isso era coisa que me tiraria o descanso. E a Mini-Tété começou então a deslocar-se, sentada, a alta velocidade de um lado para o outro. E eu agradeci a todos os santinhos porque finalmente a pequenita deslocava-se e podia andar atrás de mim de um sítio para o outro, podia ir buscar os brinquedos que queria, podia ir até onde lhe apetecia. Claro que algum sossego se acabou porque ela passou a chegar a certas coisas que antes não alcançava, passou a desaparecer-me de vista quando eu achava que ela estava junto aos meus pés e eu deixei de conseguir tomar banho sozinha com ela na casa-de-banho porque dois minutos depois de ligar a água, ela já estava a fazer um disparate qualquer. Mas a independência que nos trouxe, a mim que parei de estar constantemente a ter de a transportar de divisão em divisão, a trazer-lhe 1001 brinquedos para ela estar entretida no sítio onde a pousava, com ela a reclamar sempre que deixava de me ver ou que não chegava a um boneco, e a ela que passou a poder seguir-me para todo o lado, é muito mais vantajosa do que qualquer sossego que eu antes tivesse. Agora dizem-me "Quando ela começar a andar e a chegar a sítios mais altos acabou-se o sossego! Não tenhas pressa". E eu não tenho (nunca tive pressa em nada com ela) mas não deixo de olha para ela e pensar no jeito que me daria que ela começasse a andar. O facto de ela ainda se deslocar sentada não me permite pousá-la em qualquer sítio, o que me obriga a tê-la sempre ao colo e a criança já pesa mais de dez quilos, não é propriamente leve. Pequenos recados a pé como ir à farmácia ou à padaria, a 5 minutos aqui de casa, são complicados se o carrinho dela não estiver à disposição porque as minhas costas já não aguentam caminhadas com este chumbo nos braços. E depois lá, é preciso estar com ela ao colo enquanto pago e recebo as coisas, o que nem sempre dá jeito. Admito que aqui em casa, o sossego provavelmente acabará mesmo porque consigo ver uma série de coisas às coisas ela felizmente ainda não chega mas que passará a chegar brevemente. Mas por outro lado, isso será mesmo um problema? Até agora, já vi bebés com a idade dela a terem uma série de comportamentos com coisas às quais chegam que não vejo a Mini-Tété ter mesmo conseguindo lá chegar. Ainda este fim-de-semana tivemos de esconder uns bonecos da Mini-Tété porque um bebé poucos meses mais novo brincava com eles e enfiava-os na boca até mesmo à garganta. Para evitar um desastre, foram escondidos, mas demos por nós a pensar que com aquela idade a Mini-Tété brincava com eles e nunca nos pareceram perigosos pois ela nunca os levou à boca. Vamos ver, posso até estar enganada, mas acho que tal como vi grandes vantagens quando ela se começou a deslocar, também as verei quando ela começar a andar, mesmo com todos avisos no sentido contrário.
(Também estou a ser muito avisada quanto à fase dos "terríveis dois" e aqui confesso que não vejo qualquer vantagem. Por isso, por mim, a Mini-Tété pode passar por ela sem lhe ligar muito, se faz favor).
Minha querida Teté, todas as fases são sempre positivas e negativas. Quando nascem são as cólicas, depois o quererem mexer, depois o gatinhar, depois o andar, depois as birras, a seguir os terrores nocturnos...enfim, uma panóplia infindável de preocupações. Seja como for, creio que é bom que passem à fase seguinte quando estiverem prontos e creio que acabamos por nos habituar a tudo. Afinal, entre muitas coisas, ser mãe é estar em constante adaptação.
ResponderEliminarSim, concordo. Aliás ando há imenso tempo para escrever um post sobre como tudo é uma fase, com coisas boas e más. Este post era mais no sentido de haver certas coisas sobre as coisas ninguém parece dizer bem. Ou pelo menos, a mim. Nunca ouvi por exemplo "Que bom, vai gatinhar, vais ganhar independência!" mas perdi a conta aos avisos "Quando gatinhar, acabou-se o sossego". Um pouco como os dois e três anos: toda a gente refere os "terrible two" e os "terrible three", e ainda hoje dei por mim a perguntar "Mas será que não acontecem coisas giras aos 2 e 3 anos? Porque é que não se fala disso?".
EliminarIndependência sim mas preocupações a dobrar também :D acho que só mesmo em bebé quando estava no berço é que eu estava descansada. Agora entre gatihar, querer andar e até já dar uns passinhos, tudo em casa me parece perigoso e nunca estou descansada. Em vez de ser ele a andar atrás de mim sou eu a andar atrás dele :D
ResponderEliminarSim, claro, também passei por essa fase ( e vou passar quando ela começar a andar e não encontrar logo o equilíbrio) mas acho que as coisas aqui estão controladas para a deixar mais ou menos à solta porque de facto ela geralmente vem atrás de mim. Ou anda ali por perto. Enquanto cozinho é capaz de entrar e sair da cozinha, vai à sala, vai à casa-de-banho, mas enquanto a oiço e vejo de uma lado para o outro é porque não está a fazer disparate nenhum. Quando deixo de a ouvir e ver é que tenho de ir logo espreitar porque é menina para estar a mexer no que não deve. :) Mas ainda assim, para a altura a que ela chega neste momento, não há grandes perigos cá em casa. Pelo menos eu sinto isso. Quando ela começar a andar, a conversa será outra porque já começará a chegar mais alto mas neste momento ela anda realmente bastante livre casa fora. :)
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