12.4.18

Eu acho isto interessante. Mas se calhar sou a única.:D


Não sei se foi por um dos livros que li sobre bebés falar das tabelas de desenvolvimento, se foi por ter curiosidade por saber mais sobre o assunto ou se foi por ver frequentemente internet fora várias mães a perguntar quando é que os bebés devem começar a andar, a falar, a saltar, a rir, etc, que sempre assumi erradamente que todas as mães sabiam o que eram ou as consultavam. Numa conversa com uma amiga em que referi as ditas tabelas, ouvi a pergunta "Mas se foste consultar a tabela então era porque estava preocupada, não?" e percebi que afinal estava enganada. 
O teste de Sheridan é frequentemente usado pelos médicos em consultas em que perguntam aos pais se o bebé ou criança já faz isto ou aquilo de forma a fazer uma avaliação do desenvolvimento. Este teste descreve aquilo que os bebés fazem geralmente aos 3, 6 e 9 meses, 1 ano, 1 ano e meio, 2 anos, 3 anos, 4 anos e 5 anos, e indica também alguns sinais de alarme caso não se atinjam alguns marcos em determinada idade (a nível da postura, motricidade global, motricidade fina, visão, audição, linguagem, comportamento e adaptação social).

Eu acho interessante consultar a tabela de desenvolvimento porque aprendo coisas. Acho verdadeiramente útil para pessoas como eu que percebem tanto de desenvolvimento de bebés como de fabrico de tapetes de arraiolos, ou seja, nada, para ficarem a saber o que é suposto os bebés fazerem ou não fazerem com determinada idade. Eu lembro-me de estar a consultar a tabela quando a Mini-Tété atingiu já-não-sei-que-idade e ler "devem levar o copo à boca com ajuda". Fantástico, eu nunca sequer tinha pensado em dar um copo à Mini-Tété. Experimentei e ela não se saiu nada mal. A partir daí passou a ter o copo mais vezes à disposição. É um exemplo simples de algo que eu não me teria lembrado de dar se não tivesse lido. Também acho interessante porque é uma forma de perceber como os nossos filhos podem estar realmente a conquistar mais etapas em detrimento de outras. Por exemplo, com 2 anos e poucos meses, a Mini-Tété estava ao nível de uma criança de 3 anos na linguagem e ao nível de um bebé de ano e meio no desenvolvimento motor global (já na motricidade fina não se sai nada mal também).

Por outro lado, imagino que consultar em casa um teste como este possa deixar alguns pais ainda mais ansiosos com medo que o filho não se esteja a desenvolver bem, mas por outro lado poderá ser um sossego para aqueles pais que passam a vida a ouvir "Mas o teu filho ainda não anda? Ainda não fala? Ainda não come sozinho? Ainda não faz frases? Ainda não recita os Lusíadas"?.  Por exemplo, é comum dizer-se que os bebés começam a andar com 1 ano e depois é ver os pais em parafuso e a levar os filhos ao médico porque têm 1 ano e 2 dias e só gatinham e ainda não andam sozinhos. Consultando a tabela, vemos que a "meta dos 12 meses" é que o bebé se desloque. Ponto. Seja a gatinhar, seja a arrastar-se, seja sentado (como a Mini-Tété), seja de pé agarrado, seja a andar sozinho. O sinal de alarme está na "meta dos 18 meses", em que o bebé já deverá andar (e mesmo assim não é sinal de que algo está errado). Por isso se o vosso bebé de 1 ano e 3 meses anda mas apenas agarrado pela mão, é favor dizer à sogra/tia/avó/amiga/completa-desconhecida-que-decidiu-meter-se-na-vossa-vida que até aos 18 meses não há motivos de preocupação e que não, o menino não está nada atrasado nesse parâmetro. E já agora aos 2 anos é normal "a linguagem ser incompreensível mesmo para a família", caso a sogra/tia/avó/amiga/completa-desconhecida-que-decidiu-meter-se-na-vossa-vida decidir assustar-vos com "que horror, ainda não fala????". 

Saber isto permitiu-me a mim não ficar com minhocas na cabeça quando comecei a ouvir "A Mini-Tété ainda não anda?" aos 12 meses, as 13, aos 14, aos 15, aos 16, aos 17...Bom, é verdade a  minha filha decidiu testar os limites todos e só começar a andar aos 20 meses e meio por isso acreditem, ouvi muuuitas vezes isto. 

Fica desde já o aviso, caso se lembrem de ir procurar este teste, que encontram muitas versões incompletas do mesmo espalhadas por aí, muitas vezes porque é necessário ou mais fácil sintetizar. Podem encontrar apenas os marcos que a maioria das crianças alcança naquela idade mas não haver a parte dos "alertas" que mostra que tal característica pode vir a ser conquistada até mais tarde sem problemas, por exemplo. Com o atraso que a Mini-Tété apresentou no que toca a ficar de pé, a pôr-se de pé, a equilibrar-se e a andar, tornei-me mais atenta a este teste e lembro-me de ter encontrado um dia uma das tabelas mais completas, mas não faço a mais pequena ideia se foi na internet, num livro, não sei. Se por acaso, voltar a encontrar, venho aqui colocar uma nota sobre isso.

Fica partilha. :) Se são pais stressados por natureza, fiquem quietos. Se são pais curiosos com estas coisas, como eu, ou se andam a ficar com a cabeça em água com aquela tia que insiste em dizer que o primo Joãozinho que é uns meses mais novo que o vosso já faz muito mais coisas, deixando a entender que o vosso filho é/está atrasado, munam-de de armas de conhecimento. Ou rebolem apenas os olhos, também resulta. :)

2 comentários:

  1. Em Pediatria estudámos essa tabela (várias versões ligeiramente diferentes, aliás) e ia-me lembrando da questão do andar da Mini-Teté às vezes :p e, supostamente, o desenvolvimento é mais ou menos homogéneo entre as quatro áreas e - segundo a muitíssimo falível impressão com que fui ficando destes relatos da Mini-Teté - não tem sido nada homogéneo. Mas, enfim, como diz a minha assistente de Pediatria, "as crianças não leem os nossos manuais" e o importante é estares, como estás, atenta e estimular o mais possível as áreas em que ela não está assim tão confortável :)

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  2. Sim, a Mini-Tété teve um grande atraso na parte motora e nem sempre é fácil estimulá-la nesse campo. Como é que se estimula um bebé que aos 16 meses se recusa terminantemente a ficar de pé? :) Nem pondo os seus objectos favoritos num sítio mais alto porque ela esticava o braço, não chegava e ia-se embora fazer outra coisa qualquer. Nem insistia. :) Por outro lado, tem havido uma evolução constante (como as outras crianças têm) só que mais tarde. A sensação que tenho é que ela, ao ritmo dela, chega às metas. Vamos estimulando o melhor que conseguimos até porque ela tem de atingir algumas metas antes de entrar na escola, para sua própria segurança, como subir e descer escadas sozinha.
    Depois, noutros campos é verdade que parece estar mais avançada. Adora falar, adora aprender palavras novas, explica muito bem o seu raciocínio, já tenta argumentar comigo, tem uma curiosidade enorme pelas letras e pelos livros, distingue a esquerda da direita...
    A ver se o meu pai tem razão quando diz que "aos 3 anos todos correm e todos falam, o caminho até lá é que difere de criança para criança". :D

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