Estou habituadíssima a andar de avião. E se há coisa que gosto quando ando de avião é que, entrando neste, tenho a certeza que entrei no avião certo e que vou parar ao destino certo. Já perdi a conta aos comboios que já apanhei e nos quais estive um bom bocado em dúvida se tinha apanhado o certo. Ou então às camionetas em que sei lá se vou descer na paragem certa ou se em vez de sair em Leiria me vejo de repente em Faro e sem saber o que fazer à minha vida. E depois nunca dá para dormir descansado não vá não sairmos onde queremos. No avião, pode-se dormir porque mesmo que entremos num estado quase-coma, alguém nos há-de acordar depois do avião aterrar.
Ainda assim, há sempre um bocadito de medo quando voo. Pode sempre acontecer qualquer coisa. E mesmo que corra tudo bem, já sei que hei-de sofrer de um mal que surgiu com a idade e que tem vindo a piorar. Cerca de vinte minutos antes de aterrarmos começa uma dor de ouvidos imensa (aliás, quando o piloto avisa que vai começar a iniciar a descida já os meus ouvidos deram o alerta há algum tempo), que me apanha os dentes e o pescoço. Fico com este absolutamente preso, sem o conseguir girar para o lado, como se me desse um torcicolo valente. São dores mesmo chatas e é a única altura em que me incomoda viajar ao lado de estranhos, porque às vezes a dor traz-me lágrimas aos olhos e já se sabe que eu não sou mulher de chorar assim ao pé de qualquer um.
Exactamente há um ano atrás viajei com o Jack de avião e pensei que me ia saber mesmo bem ter alguém ao meu lado naquela altura (não é que aconteça sempre e o grau de desconforto/dor é variável, mas acontece na maioria das viagens). Não que ele possa fazer o que quer que seja, mas pode dar-me palmadinhas na mão e dizer-me aquilo que eu já sei: que quando aterrarmos tudo aquilo se acaba. No entanto, o ano passado, o homem adormeceu no voo e quando começou o meu calvário eu não tive coragem de o acordar. Passado uns minutos, como se adivinhasse, o Jack acordou e perguntou-me como eu estava. E uma vez que estava para ali cheia de dores, respondi-lhe "Mal". Recebi como resposta um "Ainda bem" e ferrou-se novamente a dormir.
Tenho a sensação que hoje lhe vou espetar um cotovelo nas costelas para o manter acordado na altura da aterragem.....
Eu gosto muito de andar de avião, mas também sofro um pouco com dores nos ouvidos. Levo sempre pastilhas elásticas para mastigar, que ajudam um pouco. Mas no ano passado viagem constipada e foi a pior viagem que já fiz, que com a pressão da altitude, o meu nariz parecia uma torneira, tive dores de cabeça incríveis e, para piorar, o avião ia cheio de crianças a berrar, gritar, chorar... foi mesmo complicado! :P
ResponderEliminarKarina sem acento,
ResponderEliminarO meu problema é que não gosto de pastilhas elásticas. :)
E sim, o meu nariz parece sempre uma torneira, espirro feita doida e assoo-me de 30 em 30 segundos. É lindo. Os meus companheiros de viagem ficam sempre impressionados. =P