Queridos Pilotos da TAP
Obrigadinha, sim? Obrigada por um dia terem acordado e decidido "Vamos estragar os planos a milhares de pessoas!". Obrigada por terem ido mesmo com a ideia em frente, por não quererem saber dos compromissos dos outros, das férias dos outros, das viagens dos outros, dos motivos dos outros. Obrigada por tamanho egoísmo. Não me compreendam mal, eu sou a favor das greves, eu sou a favor que se lute pelos nossos direitos, mas concordemos que uma greve de dez dias não é marcar uma posição. Para isso, bastaria uma greve de dois ou três dias que já seriam suficientes para fazer mossa na vida dos passageiros e que chamariam a atenção para aquilo que pretendem. Fazer uma greve de dez dias é assumir publicamente que querem lixar a vida às pessoas. Não querem lutar por direitos, não querem fazer-se ouvir, querem, e é tão simples como isto, lixar a vida aos outros.
Por isso, obrigada. Obrigada por me estragarem a única viagem que farei este ano a Portugal. Obrigada por não me permitirem ir comemorar o primeiro ano de casamento na terra que nos casou, obrigada por me obrigarem a cancelar um jantar com amigos que este ano verei apenas nesta única viagem (e um dia espero que emigrem e que percebam a importância de estar com aqueles amigos o maior número de vezes), obrigada por me tirarem dias com a minha família, obrigada por conseguirem que o meu marido cancele os seus poucos dias de férias este ano e nem vá a Portugal, e obrigada por estarem a fazer o vosso maior esforço para que perca uma consulta marcada há meses tal é a sua importância.
Reconheço as vantagens que a TAP oferece em relação a outras companhias aéreas e que me fazem sempre escolhê-la para estas minhas viagens. Mas desisto. Não confio mais numa companhia na qual invisto o meu dinheiro, na qual confio para marcar as minhas férias, e que se dá ao luxo de, primeiro, ter tamanho acto de egoísmo de marcar uma greve em período natalício e agora ter a indecência de marcar uma greve de quase meio a mês, com quinze dias de antecedência. Em princípio não voltarei mesmo a fazer mais nenhuma viagem este ano mas confesso que se o fizesse a TAP não seria a companhia aérea escolhida. Em 2016 voltarei a viajar e dependendo do comportamento da TAP até lá, poderei voltar a preferir pagar mais e viajar numa companhia que verdadeiramente me assegure a viagem. É pena, mas a confiança conquista-se e a TAP tem infelizmente dado demasiadas provas que não é de confiança.
Por isso, obrigadinha, sim? Por nada.
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