2.5.15

As vergonhas que eu passo

Esta gravidez não me tem trazido desejos nem mais fome. Muito pelo contrário trouxe-me sobretudo uma falta de apetite imensa. Não fossem as preocupações com o alimento do pequeno abacate e passava perfeitamente um dia sem comer e não me ralava muito com isso. Às vezes o meu estômago lá desperta e lembra-se que se calhar até já roía qualquer coisita, mas fora isso a maior parte do tempo deixa-se estar quietinho e ao fim de duas garfadas de arroz já me faz sinal que está cheio e não quer mais. Assim sendo, qual era probabilidade de, em plena reunião para a assinatura da casa, com 6 pessoas todas em redor de uma mesa, com a notária a escrever no computador e todos nós caladinhos, o meu estômago decidir que aquele preciso momento era o melhor para se manifestar como se já não comesse há um mês? O barulho era tal que a certa altura já tinha toda a gente a olhar para mim, enquanto eu tentava acalmar a fome emborcando uma garrafa de água e desejando que um buraco se abrisse no chão e me engolisse. Até que chegou o momento em que a vergonha já era tal que pedi desculpa, saí do escritório e num canto meio escondido, engoli três bolachas e meia em 30 segundos e voltei para a sala.

2 comentários:

Digam-me coisas. :)