Vamos lá às resoluções de 2020? Não sei se arranjo 12 ou até se me apetece tentar alcançar 12 objectivos este ano mas aqui vamos nós:
1. Ler mais.
Tenho lido pouco comparado com o que lia antes de ser mãe, o que é absolutamente normal mas ainda assim acho que podia largar mais o telemóvel e aproveitar meia-hora à noite ou a hora do almoço para avançar mais a leitura. Tenho mantido as minhas escritoras favoritas em dia, não há livro novo que saia que não seja rapidamente devorado, mas começo a ter uns quantos novos na estante que ainda não li e isso não me agrada.
2. Organizar-me mais.
Um pouco mais de organização, não para conseguir acrescentar ainda mais coisas ao meu dia-a-dia mas para que este flua melhor, sem atropelos ou pressas desnecessárias. Perceber que às vezes mais vale perder um bocadinho mais de tempo agora para ganhar mais tempo depois.
3. Vender o apartamento.
Pois é, meus amigos. Isto não está só mau para quem compra mas também para quem vende. O apartamento até nos tem dado jeito pois é onde vamos almoçar (não é longe da empresa) mas está mais do que na hora de o despachar.
4. Poupar. Poupar. Poupar.
Nota-se que as minhas poupanças andam na rua da amargura? :D
5. Destralhar.
Eu já ando neste processo mas ainda há coisas em caixotes que vieram do apartamento (e outras que ainda lá estão, socooorro) e a brincar, a brincar, já passou um ano. E senhores, como eu guardo coisas. Ora "isto que ainda me vai dar jeito", ora "aquilo por razões sentimentais", ora "estas 4587542 peças de roupa que ainda me poderão vir a servir quando eu voltar a pesar metade do que peso agora", ora "aqueloutro que eu sei lá bem se vai ser útil ou não". Arrrrggggh. E coisas da Mini-Tété? Tenho toda uma vida de 4 anos enfiada cá em casa, logo eu que não faço ideia se algum dia ganhamos coragem/vontade para ir a segundo filho. E enquanto uma pessoa não decide, guarda tudo que é para depois não ter despesa em coisas que deitou fora. Há-de vir a menopausa e eu ainda a guardar as coisinhas todas....
6. Acalmar.
Os últimos anos mexeram muito connosco. A construção de uma casa, cheia de imprevistos, avanços e recuos, que demorou o quádruplo do tempo esperado, não foi fácil. Financeiramente não é fácil. Com um bebé (entretanto criança) à mistura. Algumas fases da vida mais complicadas. Nada de desgraças, graças a Deus, há que reconhecer e agradecer a saúde que todos temos, mas ainda assim não tem sido um mar de rosas e acho que "o estado constante de alerta" para eventuais chatices precisa de ser desligado. Preciso de olhar para o Jack e não pensar logo "Bolas, o que é que aconteceu agora?" ou não assumir que vem uma má notícia só porque ele está com um ar sério. Respirar fundo, aproveitar mais o que temos de bom sem receio que logo algo de chato aconteça a seguir. Deixar fluir. E até ando com vontade de começar a fazer ioga, imaginem.
7. Não me divorciar. :D
Ahah, não estamos perto disso mas eu digo e repito que nunca quis trabalhar com o Jack porque sinceramente sempre achei que ia dar mau resultado. Somos tão diferentes na maneira de trabalhar que eu sempre achei que ia haver discussões dia sim, dia não. Porque eu sou extremamente ansiosa, porque ele é uma drama queen quando lhe dá para isso, porque eu não tenho paciência para repetir a mesma pergunta ou resposta duas vezes, porque ele não ouve metade das coisas que lhe digo (estou a ser generosa, para aí 75% das coisas), porque eu simplesmente congelo e entro em negação em momentos de stress, porque vemos os horários de maneira diferente, porque somos teimosos quando achamos que temos razão (e ele nunca dá o braço a torcer), enfim, tudo para correr mal. Mas depois somos os dois surpreendentemente iguais na forma séria como encaramos o trabalho, como somos exigentes com o próprio trabalho, como nos protegemos e apoiamos um ao outro numa empresa exigente e stressante, como sentimos que estamos lá um para o outro quando os outros falham. Eu reconheço que trabalhar com ele foi a melhor maneira de ingressar no mercado de trabalho depois de tantos anos e ele diz que a segunda coisa que melhor fez na vida foi ter convencido a empresa a contratar-me (a primeira foi a Mini-Tété :P). Mas isto de trabalhar com quem se vive leva a que sejam 24h horas por dia a ver a mesma pessoa e isso tira um bocadinho da magia de regressar a casa, encontrar quem se deixou de manhã e contar o nosso dia. Corre-se o risco de levar os problemas de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Acho sinceramente que trabalhar juntos pode pôr um casamento mais à prova. Até agora temo-nos saído bem, espero que assim continue.
8. Encontrar-me como mãe.
Pois é, ainda não estou a 100% neste papel de mãe trabalhadora. Adoro deixar a pequena na escola e ir trabalhar mas não gosto de o fazer quando a sinto cansada ou com ar de quem está a chocar qualquer coisa (antes ficava logo em casa a ver se não ficava pior e se não ia para a escola pôr outros miúdos doentes). Ainda estou a aprender a gerir o tempo entre as tarefas domésticas e o dar-lhe atenção. Agora pesquiso menos, leio menos e eu preciso de sentir que tenho conhecimento das coisas para sentir que sei o que fazer. Os 4 anos da Mini-Tété vieram com um feitiozinho que nem vos digo (quais terrible two ou terrible three, quais quê! Parece que tenho uma mini-adolescente em casa) e eu estou ainda a perceber como é que hei-de resolver isto sem sentir que estou a falhar nalguma coisa.
9. Comer melhor (e emagrecer).
Já estava a faltar, não era? Desejos de ano novo que sejam desejos de ano novo têm de ter o famoso "este ano é que é!" para o peso. Isto depois fica tudo igual, já se sabe, mas pronto, aqui fica ele para me relembrar que devia ter juízo.
10. Viver mais.
Tenho a sensação que nos últimos anos estive sempre à espera de qualquer coisa para poder viver. À espera que as obras começassem, à espera que a Mini-Tété nascesse, à espera que as obras acabassem, à espera que a Mini-Tété entrasse para a escola, à espera de começar a trabalhar, à espera de vender o apartamento, à espera de ver se regressamos a Portugal ou ficamos por aqui, à espera de maior folga financeira, à espera de decidir se um dia iremos a um segundo filho ou não, à espera, à espera, à espera...E vou vivendo mas acho que podia viver mais. Estou sempre naquela de que se calhar não vale a pena fazer isto ou aquilo porque depois talvez vá acontecer isto ou aqueloutro. Dar mais passeios a pé, ir andar de bicicleta, dançar mais, rir mais, ir conhecer terras aqui perto, aproveitar mais a terra onde vivemos, sentir mais que pertenço aqui, viver mais portanto.
11. Melhorar o meu francês.
Começo a semana a atropelar-me nas palavras depois de um fim-de-semana só a falar português e acabo a semana a enrolar as palavras porque estou cansada do esforço que fiz na semana toda para comunicar em francês. Eu nunca tive jeito para línguas, senhores, porque raio vim viver para aqui?
12. Saúde.
Haja saúde para todos nós. Depois do susto de 2012, eu só quero muita saúde para todos porque o resto arranja-se, com menor ou maior dificuldade.
Bom ano para todos!
Bom ano para todos!
Que venha daí um super 2020 cheio de coisas boas para a vossa família.
ResponderEliminarBeijinho
Ai pah... podia fazer das tuas resoluções as minhas! Também preciso URGENTE emagrecer, ganhar mais resistencia fisica, comer melhor, ler mais (sem dúvida). Sobre o destralhar, tenta doar. Dói-me o coração pensar em deitar algo fora. Tudo o que já não me faz falta dou.
ResponderEliminarEu também doou. Não deito coisas que estão boas fora, acho um desperdício de dinheiro. :) Mas tenho é de ganhar alento para triar o que quero e não quero. :)
EliminarÀ excepção de vender o apartamento que não temos e de eu não trabalhar com o meu marido... senti que quase todas as palavras podiam ser minhas. O ponto número 6 e 10 até me deixaram com uma lágrima a querer fugir, porque senti cada palavra... Os últimos anos têm sido bem difíceis para nós... Os últimos meses então têm sido carregados de imprevistos. 😔
ResponderEliminarRi-me tanto com o ponto número 5. Igualzinho por aqui 🙈🙈🙈
Um 2020 muito feliz, Teté... Cheio de amor, calma, estabilidade, alegria,e risos e muita vida 🍀
Obrigada Gisela, também para ti. E que, nas piores fases, nunca nos esqueçamos que são apenas fases. Tudo passa, só temos de aguentar. Mas eu bem sei como filhos e obras podem causar um desgaste grande, sobretudo se houver ainda outras coisas a fazer mossa. Mas eles crescem, as obras acabam e as coisas vão-se resolvendo. E enquanto não se resolvem, temos de fazer mais por nós, porque não vale a pena estar simplesmente à espera. :)
EliminarMuito obrigada, Tété 🙂 é assustador pensar que os anos, a vida passam tão rápido... E que muitas vezes andamos tão concentrados na rotina e nos problemas do dia-a-dia que acabámos por fazer pouco por nós...
EliminarEspero que sim, que tudo se vá resolvendo com o tempo 🙂 muito obrigada 😊
Óptimas resoluções, algumas mais fáceis de cumprir do que outras obviamente!☺️ Por exemplo o destralhar para mim é impossível, guardo tudo e mais um par de botas porque tudo tem algum valor sentimental para mim.
ResponderEliminarJá agora, adoro a imagem que tem de perfil, faz me lembrar uns hipopótamos típicos africanos que comprei uma vez numa viagem ☺️❤️
Eu também não me livro de muitas coisas pelo valor sentimental que têm. O meu marido é ainda pior: tudo tem valor sentimental mesmo que ele não se lembre qual é ou porquê. :P
EliminarGosto muito deste hipopótamo. Foi o primeiro que tive e neste momento já tenho 4, cada um de sua cor. :)
A descoberta como mãe é mesmo uma tarefa avassaladora. Eu não sou a típica mãe fofinha e apaixonada, mas acho que sou excelente enquanto mãe organizada, cumpridora e educadora. :D
ResponderEliminarEu acho que estou entre as duas. :) Eu não sou o tipo de mãe que tem de estar 24h com a filha, deixo-a na escola sem qualquer sentimento de culpa, fica com os avós sem problemas e até já passou uma semana de férias em Portugal enquanto eu estava em França e por mim foi na maior. Maaaas preciso de sentir que lhe dediquei algum tempo a ela a 100%, sem outras tarefas, por dia para sentir que fui boa mãe. Chegar a casa e só estar a tratar de coisas para ela enquanto ela anda a brincar à minha volta não me satisfaz como mãe. E não é que me apeteça sempre estar em brincadeiras mas sei que se não lhe dedicar esse tempo, ao fim do dia, me acho meio "nhé". :)
EliminarTambém gosto da vertente "mãe organizada", gosto de organizar as coisas para que o dia flua sem complicações, sem stress de coisas meias preparadas à última da hora, etc. No fundo, o que procuro é um equilíbrio entre as duas vertentes. :)
2020 foi suspendido... até para o ano! xD
ResponderEliminarGosto imenso de ler listas de resoluções e foi com imenso agrado que li a tua! Passado um terço do ano como é que te sentes em termos de metas? Estamos numa corrida de 100 metros ou é mais uma maratona? :)
ResponderEliminarUi, fazer uma análise à esta após 4 meses não sei se funcionará como motivador ou se pelo contrário me vai trazer o sentimento de "pff, perdido por 100, perdido por 1000". Vamos lá então...
Eliminar1 - Ler mais: comecei bem lançada. Na segunda quinzena de Janeiro li um livro. Na segunda quinzena de Fevereiro li outro. Pode parecer pouco mas pelo menos um deles tinha mais de 700 páginas, o outro já não sei. :D Ia começar outro na segunda quinzena de Março mas começou o isolamento e eu tenho aproveitado para fazer outras coisas.
2 - Organizar-me mais: Aaaaa...já mal me lembro como é que estava a correr o início do ano antes de ficar fechada em casa com a Mini-Tété. Mas sei que muita da organização foi para as urtigas porque o dia-a-dia mudou. Mas criei novas rotinas para esta fase, o que acho positivo.
3 - Vender o apartamento: está em curso. Mais uma coisa que o vírus veio abalar.
4 - Poupar: Snif, snif. Este isolamento também não veio ajudar.
5 - Destralhar: Sim! Tinha começado alegremente no início do ano, e com o isolamento estamos a abrir caixas que ainda estavam fechadas e a seleccionar o que se guarda ou não. Se ainda temos muita coisa? Imensa. Mas grão a grão...:D
6 - Acalmar: Bom, a ver vamos...uma pessoa tenta mas depois vem um vírus chato que nos pode deixar doentes ou apanhar alguém da família, a nossa vida fica de pernas para o ar, os planos são todos cancelados, mais umas pitadas de chatice da vida no geral...e não está fácil. :)
7 - Não me divorciar: domingo festejamos mais um aniversário de casamento, acho que por agora estamos safos. :P Este isolamento fez-nos bem, acho que quando voltar ao trabalho a coisa pode descambar dado os níveis de stress a que estaremos sujeitos mas não pensemos já nisso. :D
8 - Encontrar-me como mãe: pois, agora voltei a ser mãe a tempo inteiro. E de facto este papel não me desagrada, não estou à rasca como muitos pais porque já vivi isto durante 3 anos, sei fazê-lo e estou a adorar a parte de ser "educadora" da Mini-Tété e trabalhar com ela todos os dias. Tem 4 anos e começámos a fazer contas de somar. Quão fixe é isto? :D Mas se agora me dissessem que ia ser assim para sempre, sei que sentiria falta de receber o meu ordenado e ver mais mundo. Acho que o ideal para mim seria um emprego em part-time bem pago. :D
9 - Comer melhor e emagrecer: Podia fingir que estou chocadíssima por isto não estar a acontecer, mas não estou. Tenho 0 força de vontade. E o isolamento tem mexido comigo e a comida conforta-me. Um desastre.
10 - Viver mais: Huuum...a ideia era gira mas depois veio um vírus que me trancou em casa e fechou restaurantes, cinemas, etc....
11 - Melhorar o meu francês: Zero! :D Quer dizer, aprendo palavras novas com a Mini-Tété. Ainda hoje andámos à procura de palavras com o som [u] para um exercício da escola. Dei por mim a ir pesquisar como se diz grua em francês. Mas fora isso, há quase 2 meses que estou em modo "falar português o dia todo". :D Às vezes falo com os vizinhos mas sinto-me já mais enferrujada.
12 - Saúde: irónico, hã? :D Já houve um susto na família mas resolveu-se e por enquanto estamos todos bem. Eu estou convencida que vou apanhar este vírus e que vou ver-me à rasca com ele. E tenho uns quantos familiares na família que tenho medo que apanhem porque o risco é grande. Mas um dia de cada vez e para já estamos todos bem.
Que tal esta análise? :D