9.1.16

Não contem comigo para estas coisas...

Ontem, o único dia da semana em que não tinha tido de pôr despertador e contava dormir e deixar a Mini-Tété dormir até tarde, acordei com os berros do meu vizinho idiota. Tinha andado ausente, as obras nos seus apartamentos paradas mas ao que parecia, estava de volta e furioso. A Mini-Tété é uma bebé que dorme muito e no seu sono da noite, dorme até profundamente e pouco se incomoda com ruídos. Mas os berros deste homem são de tal maneira histéricos (mas nunca fica afónico, raios partam) que a acordou. Ou seja, se eu já estava de mau-humor com tal despertar, quando a vi acordar pior fiquei pois cortar o sono à Mini-Tété faz com que ela se desregule completamente nos biberões pois tem sono e não os bebe até ao fim, mas depois tem fome mais cedo e isso não a deixa dormir uma boa sesta.

Nessa mesma tarde, ouvi-o novamente mas num registo mais calmo, mais doce. O mesmo registo que, dizem o Jack e uma vizinha nossa, ele utilizava quando lhes mostrava os apartamentos, querendo agradar e fazer a venda. Aproveitei para ir ver o correio e espreitar se ele andava mesmo a mostrar (era tão bom! Não há ninguém neste prédio que não deseje que o idiota venda os apartamentos que faltam e se vá embora de vez). Andava sim senhor e cruzei-me até com a senhora que visitava os apartamentos. Cumprimentei-a e já me dirigia à minha porta quando o oiço também cumprimentar-me. Rangi os dentes e cumprimentei-o de volta. Eu e ele não nos cumprimentamos, não gostamos um do outro e isso é assumido, mas ele estava claramente a tentar fazer passar uma imagem de homem simpático e que se dá bem com a vizinhança. E a coisa teria passado assim porque eu não tinha qualquer intuito de falar com ele, de o confrontar, já que acho que é uma besta sem cérebro a quem nunca vele a pena dizer nada mas ele quis prolongar o papel e desejar-me um bom ano. Um homem que quando fala connosco só grita, que nos rouba à descarada nas contas de condomínio com trafulhices, que nos ameaça constantemente que nos vai processar enquanto ele faz coisas completamente ilegais, a desejar-me um bom ano. Não me contive e aproveitei para lhe pedir para não gritar porque tenho um bebé e os gritos dele acordam-no. Tentou fazer-se de vítima, dizer que o seu tom de voz é alto, que nunca grita, a visita já só olhava para o chão, e eu insisti que ali ele até estava calmo mas que os berros toda a manhã não se confundiam com um tom naturalmente alto. E podia ter continuado e acrescentado um "E é hoje que vai fazer tudo aquilo que nos prometeu fazer na venda do apartamento e que nunca cumpriu?" mas eu só queria que ele soubesse que não pode contar comigo para os seus joguinhos de bom homem, e não estragar-lhe a venda (muito pelo contrário!).

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