Em 2014, num dos bancos em que já tivemos contas, depois de uma conversa informal entre o gestor de conta e o Jack, este comentou que tínhamos casado. Dias depois ao aceder às minhas contas online apercebo-me que os meus apelidos tinham sido apagados e que tinha sido colocado o apelido do Jack. (a fúria com que mandei um e-mail a exigir os meus apelidos de volta não é possível descrever).
Em 2015, ao abrirmos novas contas noutro banco, o Jack teve de passar uma declaração em como eu de facto vivia com ele pois eu não tinha comprovativos de morada (todas as contas foram postas em nome do Jack) e embora fossemos casados, como não temos o mesmo apelido, isso pode significar que não partilhamos o mesmo lar...
Em 2018, descubro que não tenho acesso aos extractos da minha conta pessoal mas que o Jack tem! Da minha conta pessoal, da qual ele não é titular, à qual ele não tem acesso, que em nada está ligada a ele, mas que o banco achou por bem colocar os meus extractos a serem consultados na área cliente dele. Eu não posso vê-los mas ele pode. Não tenho nada a esconder do Jack, não tenho problema que me veja os extractos bancários, mas essa decisão de partilha tem de passar por mim e não por alguém num banco. Fui em fúria ao banco e não sabem como resolver o problema, que têm de procurar uma solução. E eu regresso a casa na mesma: com o meu marido a ter mais direito sobre os meus extractos de conta do que eu.
Para os bancos daqui eu não sou a Tété, sou simplesmente um acessório do meu marido. Em França. Em 2018. Estou fula.
Não faço ideia se vês séries e, sequer, se conheces esta, mas o que descreves lembrou-me imenso uma cena de uma série chamada Handmaid's Tale. Quando começam a mudar as leis em prol dos homens e retiram todos os direitos de poder trabalhar e congelam as contas às mulheres; não podem mexer em nada, mas sim os maridos. E ela também mantem o apelido... uma vez, no hospital, insistem em chamá-la Mrs.*apelido do marido*, apesar de ela os corrigir mais do que uma vez. Caramba, é mesmo razão para ficares lixada...
ResponderEliminarAinda esta semana me aconteceu num determinado serviço tratarem-me pelo apelido do Jack. Corrigi-os dizendo qual o meu verdadeiro apelido. Continuaram a tratar-me na mesma pelo apelido do Jack. Corrigi-os. Voltaram a continuar a chamar-me pelo apelido do Jack. Desisti, naquele dia já não estava para continuar esta guerra.
EliminarNoutras situações quando insistem em tratar-me por Madame *apelido do Jack*, digo que essa pessoa não existe mas que se quiserem falar com a Madame *meu apelido* estão à-vontade...
É mesmo preciso ter uma paciência imensa. E tentar não ter uma crise de nervos quando, não bastando trocar-me os nomes, me fazem estas lindas cenas descritas.
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