19.10.13

O anel

Eu já aqui o disse: cada vez que me punha a ver anéis de noivado, o homem rolava os olhos tal era a minha esquisitice. Para já, não fazia questão de ter um e depois se tivesse de ter, até podia ser um comprado numa loja de bijuteria, com uma pedra falsa, que não era por isso que me recusava a casar com ele. O problema era o formato do anel. Não podia ser um qualquer, não podia de ser de qualquer cor, não podia ter mistura de metais (cor dourada e prateada juntas é coisa que não me assiste por aí além), não gosto deles muito grossos, não gosto deles muito chamativos, com muitas pedras, corações, voltaretas, efeitos, enfim....uma esquisitinha, assim me assumo.

Ainda assim, o Jack tinha algo a favor dele: já me tinha oferecido três anéis e não houve nenhum em que não acertasse exactamente com o meu gosto. O primeiro, com pouco mais de seis meses de namoro (arriscou-se o rapazinho porque na altura não sabia ainda o quanto eu era esquisita!), foi o meu anel predilecto durante anos, até me ter desaparecido tragicamente há dois anos atrás. O segundo já mo tinha visto namorar, pelo que não foi surpresa. E o terceiro, de forma a substituir o desaparecido (e eu a dizer-lhe que não era preciso porque ia lá ele conseguir acertar tão bem como tinha feito à primeira), é o anel que mais uso no dia-a-dia. E por fim, este, o anel de noivado, em que mal o vi percebi logo que não havia nada a apontar-lhe. Aliás, as minhas amigas de maior data tiveram exactamente a mesma reacção: o anel é a tua cara. Pois é. Mais uma vez  homem acertou (está lixado porque agora não se livra de me ir oferecendo anéis ao longo da vida).

De resto em bem tento sacar-lhe informações e dali não sai nada. Queria eu saber quando o tinha comprado (suspeito, por algo que lhe escapou, que tenha sido no Verão em Portugal, numa tarde em que foi cada um para seu lado tratar das suas coisas. Tive eu um anel de noivado cá em casa escondido durante dois meses sem saber de nada. Malandro!), queria saber há quanto tempo planeava ele o pedido, queria saber quanto custou (só para saber se posso andar aí com o anel ou se me arrisco a que me cortem o dedo), queria saber se tinha tido outras ideias para o pedido, queria saber se tinha falado com alguém, mas nada. O homem não abre a boca. Recusa-se terminantemente a dizer-me o que quer que seja. Diz-me apenas para recordar o pedido e usar o anel se gostar dele. E eu uso, porque gosto. E muito. :)

 

5 comentários:

  1. OHHH muitos parabéns :D
    É lindo, e aproveita e faz o que ele diz recorda o momento e usa o anel com o maiorrrrrr orgulho e felicidade possível.

    Beijinho

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  2. Ó Teté, o homem tem toda a razão, deixa-o lá! :P

    Eheheheh

    ;)


    Joana

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Digam-me coisas. :)