Num prédio de seis apartamentos, três deles são ocupados por maus vizinhos. Dois estão neste momento a ficar ou já estão desocupados, falta o terceiro. O terceiro é aquele que por não ser directamente em cima, em baixo ou lado, não me faz queixar de arrastar coisas ou dos berros dos miúdos. Até pode andar a abrir um buraco no chão da sala ou a torturar as criancinhas, a verdade é que não oiço nada. Mas oiço a música. Ontem o volume era tal que a ouvíamos melhor que a nossa própria televisão. E de todos são capazes de ser mesmo os mais porcos. Enquanto que os outros têm cães que mijam as escadas, filhos que espalham papéis de rebuçados por todos os degraus e eles próprios espezinham tudo e não limpam, estes são diferentes: estes são mesmo porcos e já vi de tudo espalhado pelo chão. Também gostam de festas, e à música alta juntam-se as inúmeras bebedeiras que já acabaram comigo a limpar sangue na porta de entrada. O apartamento é pequeno (em apartamentos iguais àquele neste prédio só vivem solteiros e eles ali vivem com 4 ou 5 pessoas), o que faz com que sintam que o hall de entrada é uma extensão de casa e é para ali que vão fumar quando está a chover, que vão conversar quando são muitos (e bêbados) e até quando querem fazer um simples telefonema (é a lógica destas coisas que me ultrapassa: são incapazes de baixar a música para fazer um telefonema ou mesmo para conversar. Faz mais sentido vir para as escadas berrar). Mas hoje estou aqui com 5% de esperança pois vi o carrito deles com alguns caixotes. Será que estamos a ter assim tanta sorte?
Desejo-te boa sorte e que eles estejam mesmo a caminho de algum sítio... longe [e longe de mim também, de preferência]. Uma pessoa pode ter o melhor dos palácios, mas para viver, viver, os vizinhos fazem MESMO toda a diferença. [Ainda estou em período de núpcias em relação aos meus. Vamos ver se assim continua.]
ResponderEliminarJá os vi carregar o carro três vezes com caixotes. Só pode ser bom sinal, não?? :D A minha esperança neste momento já vai em 15%!
ResponderEliminarQuando viemos não tínhamos vizinhos de baixo, e os de cima eram outros (não melhores que os que vieram entretanto). E eu tenho a certeza que os futuros vão ser iguais. O problema é o senhorio e o tipo de pessoas que ele procura para alugar os apartamentos....
Meu Deus, deve ser horrível viver assim. No meu prédio é tudo sossegado, mas quando morava na minha casa de estudante os vizinhos também não eram grande coisa. Mas nada comparado com isso que descreves.
ResponderEliminarEu tenho alguma pontaria...:)
ResponderEliminarEm casa dos meus pais nunca tive grandes queixas, sem contar com uns vizinhos que deixavam o cão sozinho o dia todo e ele não parava de ladrar um segundo.
Depois em casas de estudantes apanhei por cima uma família que só discutia e cheguei ouvir ameaças de que alguém se atiraria pela janela.
Quando vivi sozinha, o vizinho de baixo via a Casa dos Segredos até às tantas e quando tentei conversar com ele, tornou-se quase agressivo. Os vizinhos do lado tinham crianças e embora mal as ouvisse, ouvia a mãe a gritar o tempo todo.
E aqui, bem, é o que se vê. Diz a minha mãe que tenho os ouvidos sensíveis do meu pai. E eu até acreditaria se o Jack, tão pouco sensível a barulhinhos e tiques, não se sentisse também incomodado com esta gente (ignorando a porcaria visível a todos os olhos).