31.3.15

Como vais, Tété?

Óptima! Às 7h00 da manhã já estava fartinha deste dia por isso acho que agora só pode melhorar. A noite passada fui atacada pelas minhas insónias que me levaram a dormir apenas 3h00, pelo que obviamente contava com esta noite para recuperar o sono perdido e o meu bom-feitio. E assim teria acontecido se às 3h30 da manhã não tivesse acordado com um estrondo. Novo estrondo. Levantei-me e vagueei pela casa à procura da causa de tais estrondos. Não encontrei mas estando uma noite de vento, pensei que talvez fossem os caixotes do lixo que estivessem a tombar.O problema é que com este barulho não conseguia adormecer e já depois do Jack se ter levantado e saído de casa, e eu já com uma fúria daqui até à lua por estar pedrada da sono, descobri de onde vinha. No apartamento debaixo foram colocadas umas portadas que não servem para aquelas janelas. São demasiado grandes e por isso não fecham completamente, não sendo possível trancá-las. Numa noite/dia de vento como este, em que quase posso jurar que as criancinhas levantarão voo, as portadas soltas vão batendo violentamente quer na fachada do prédio quer na janela. O estrondo é imenso e é impossível conseguir fechar um olho nesta situação (a não ser que sejam como o Jack que é capaz de dormir ao lado de um martelo pneumático em funcionamento). Ora pois, às 6h00 da manhã lá estava a Tété na rua, a espumar de raiva, de pijama e roupão, a tentar colocar uns calços debaixo das portadas para que estas ficassem quietas, esfacelando dedos e unhas. Não resultou. Quinze minutos depois, os estrondos regressaram. Na cama, continuava às voltas a pensar no que fazer. Porque não falas com o vizinho e explicas a situação, Tété? Porque o meu vizinho é uma das pessoas com menos escrúpulos que conheço e que quer lá saber se incomoda os outros. Para além do mais não gosta de nós e não há conversa que não tenhamos que não acabe com ele a ameaçar-nos com um processo em tribunal. Se me fosse queixar das portadas, era homem para ainda prender uns guizos às portadas para o barulho ser maior. Ele não vive aqui, os apartamentos estão vazios e gravemente necessitados de obras, e por isso é para o lado que dorme melhor. Terei de arranjar maneira de prender aquelas portadas caso a próxima noite seja também de ventania ou arrisco-me amanhã a pedir que me internem por privação de sono. Às 7h00 da manhã levantei-me. Os estrondos e a minha raiva contra o vizinho estavam a deixar-me mais desperta que um carapau e para isso mais valia começar o dia e tentar torná-lo produtivo para que começasse a correr melhor. Infelizmente, o karma hoje está contra mim e ao abrir a torneira da casa-de-banho apercebo-me que...estamos sem água. E vocês não imaginam o quão farta eu já estou do dia de hoje e da neura que se instalou em mim.

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