31.10.18

Casamentos e divórcios #1

Este Verão, enquanto lia revistas, com as vidas dos famosos, os seus casamentos e divórcios, comentei com o Jack que embora defenda que não devemos ficar com alguém para sempre apenas porque nos casámos, há separações e divórcios que me deixam sempre incrédula. 
Tenho alguma dificuldade em compreender casais que se separam menos de um ano após o casamento e que partilham depois que nos últimos anos as coisas já não andavam bem ou que quando casaram a relação já estava com problemas. Mas se assim é, como é que casam? Se a relação já está tremida, se as coisas já não estão a funcionar, se já há problemas, para quê chegar ao ponto do casamento? Para quê comprometerem-se com alguém para o futuro, sabendo já que se calhar as coisas não serão assim tão eternas quanto isso?

Tento colocar-me no lugar destes casais e só me assola uma enorme vergonha alheia. Não consigo imaginar como seria fazer um casamento, fazer uma festa, convidar toda a família e todos os amigos (e revistas, no caso dos famosos), para festejarem connosco este amor, este compromisso, e meses depois dizer "Olhem, malta, acabou. No fundo, as coisas não estavam muito bem, já deveríamos ter adivinhado, mas obrigadinha por terem gasto o vosso tempo e o vosso dinheiro em roupas bonitas e prendas de casamento, sim? Foi giro mas já acabou". Eu acho que só quereria um buraco para me enfiar de tanta vergonha, sentir-me-ia uma farsa, sentiria que tinha enganado todas as pessoas ao estar naquele dia a fingir que seria um compromisso para sempre já sabendo que haveria problemas que poderia levar a um fim. Pondo-me no lugar dos convidados, acho que ficaria na mesma incrédula se uma amiga recém-casada me dissesse que se iria divorciar e que nos últimos anos a relação já não estaria bem. Teria todo o meu apoio no divórcio (não vale a pena ficar com alguém que não nos traz felicidade) mas sentiria ainda assim que tinha ido a uma espécie de teatro onde os noivos fingem ser o casal perfeito, escondendo uma relação prestes a ruir. 

Não compreendo como se casa assim e como se afirmam estas coisas com tanta leveza, mas talvez seja eu que não concebo a ideia de me casar já a pensar que o divórcio possa ser uma opção real no futuro. Não que eu acho que devemos ficar presos à pessoa com quem casámos se isso nos fizer infelizes, mas é suposto que quando casamos, achemos do fundo do nosso coração que aquela relação é para sempre e que não seja apenas uma tentativa de "vamos lá ver se isto resulta ou melhora a nossa relação". Ou então sou eu que sou demasiado romântica...

7 comentários:

  1. Concordo plenamente! Ou casos que vemos demonstrações d amor em todo o lado, é fotos, é declarações, é surpresas, etc. Casam-se. Separam-se passados uns meses e dão essa desculpa a dizer que as coisas não estavam bem. A sério?
    O que acho é precisamente que andam a fazer teatro. E enquanto convidada sentiria-me no mínimo enganada por ter participado numa suposta manifestação e celebração de amor quando na verdade estava a ser enganada.
    https://jusajublog.blogspot.com/

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    1. Também eu! Não só a nível pessoal porque usei o meu tempo para ir celebrar aquele amor como a nível financeiro porque parecendo que não há roupas a comprar, prenda a dar, muitas vezes estadia a pagar...Imagino que quase dê vontade de pedir o dinheiro de volta quando se ouve coisas como "não éramos compatíveis" ou "quando casámos já não estávamos bem". Se calhar é isso, nalguns casos o casamento avança porque os pais pagam tudo e os noivos é que recebem as prendas em dinheiro e ainda vão viajar, não sei, não percebo.

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  2. Também me passa ao lado quais as razões para se fazer esse tipo de coisas. Seria de pensar que é do senso comum que o casamento será o culminar de uma união feliz, uma relação da qual esperamos futuro e não o contrário...

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    1. É isso, se naquele dia não acreditamos que a relação é para durar, se naquele dele não aceitamos por completo aquela pessoa com todas as suas qualidades e defeitos, se naquele dia não acreditamos que mesmo que ela não mude nada nós vamos conseguir viver com ela para sempre, então para quê casar?

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  3. Mas pensa nnoutra perspetiva: lembro-me de dizeres que uma relação tem fases e fases e que, quando casaste com o Jack, não andavam numa fase particularmente próxima. Óbvio que em retropestiva (e visto de fora, claro), parece que as coisas correram e correm bem, mas se por acaso depois do casamento, sabe-se lá porquê, se tivessem vindo a degradar e vocês tivessem acabado num divórcio um ano depois, essa coisa do "não andavam numa fase particularmente próxima" poderia ser reinterpretado (mesmo que meio abusivamente) como "quando nos casámos as coisas já não estavam ótimas...."?

    Para além de que um problema que me parece existir -embora eu seja péssima em relações, tenho de admitir :P- é o da 'continuidade das coisas': a relação é boa, dura há algum tempo, e alguém pede o outro em casamento. Muito bem. Na fase do noivado e da preparação do casamento, sabe-se lá porquê, um deles (ou os dois :P) começa a ter algumas dúvidas subtis, ou umas incompatibilidades começam a transparecer... a preparação do casamento já está a rolar, e a pessoa tem apenas umas 'dúvidas' (e não umas certezas!) de que qualquer coisa pode não resultar. O que fazer? Cancelar o casamento? Acho que deve ser preciso uma coragem gigante, sobretudo se, como neste meu caso hipotético, os problemas não são assim tão graves; a pessoa está a hesitar. E por isso as pessoas deixam-se ir, o casamento acontece... e as dúvidas dissipar-se-ão, seja no mau sentido ou no bom. Faz algum sentido esta minha linha de pensamento? Como já disse, estou a mandar bitaites sobre um assunto em que sou tragicamente azarenta :P

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    1. Ahahah, eu estava calmamente à espera que alguém me viesse falar disso. :D
      (Está aqui o post que escrevi na altura se alguém quiser ler: https://andolaporfora.blogspot.com/2014/11/porque-o-amor-e-assim-tem-fases.html).

      É verdade que o meu noivado e lua-de-mel não foram o filme de encantar que eu achei que seriam (mas foram óptimos e apaixonados na mesma!). Achei que íamos andar a arrulhar feitos pombinhos apaixonados, sempre a falar do casamento, de amor, de paixão, sem conseguir pensar em mais nada, e acabaram por calhar numa fase de menor demonstração de amor (mas 6 meses depois éramos puro mel que até enjoava :)). Olhando para trás, assinámos a promessa de compra e venda do nosso celeiro-futura-casa uns 15 dias antes do casamento, por isso, esse assunto ocupava um bocado da minha cabeça e muito da cabeça do Jack, não tínhamos os dois a cabeça no casamento e no nosso amor. E mesmo que não houvesse isto, era simplesmente uma fase normal da relação. Estou com ele há quase 14 anos e não parecemos sempre pombinhos apaixonados e vidrados um no outro. É por ondas. :)

      E é este o ponto: nós estávamos felizes com o casamento, nós sabíamos que nos amávamos, que queríamos muito dar este passo, não houve dúvidas, hesitações, não havia problemas ou era sequer uma má fase. Por isso, se por acaso 1 ano depois tivesse havido um divórcio sabe-se lá porquê, nunca poderia ter olhado para o noivado e achado que as coisas já não estavam óptimas. Como disse, temos destas fases constantemente na nossa relação. Ainda ontem disse ao Jack que me sinto mais apaixonada por ele este mês do que o mês passado (simplesmente porque o mês passado estava com algumas preocupações e com menos cabeça para ele). :)

      Concordo contudo um bocado no segundo parágrafo e aí também tenho uma explicação para isso: a duração das relações e dos noivados. No meu caso, namorava há 9 anos e tivemos um noivado de 5 meses. Qual era a probabilidade de uma relação onde nunca houve dúvidas durante os 9 anos, se degradar durante 5 meses? Agora em noivados de 2 ou 3 anos, acho que sim, que as coisas podem mudar. Sobretudo se o pedido também ocorrer com pouco tempo de namoro. Eu namorava com o Jack há menos de 6 meses quando começámos a falar de casamento e de nomes para os futuros filhos. Sabíamos os dois que o futuro era nosso. Mas o casamento teria sido completamente diferente se tivesse ocorrido naquela altura do que é por ter casado anos mais tarde. O conhecimento da pessoa é outro, já conheces as qualidades e defeitos, já sabes mesmo onde te vais meter. :)

      Eu também estou a mandar bitaites sobre um assunto do qual felizmente pouco conheço porque não estou perto de me divorciar. :P O que eu acho, com a minha vasta (ahah) experiência sobre o amor, é que se uma relação se degrada ao ponto de te divorciares menos de 1 ano depois de casares, então na altura do casamento, não haveria espaço para ligeiras hesitações mas sim problemas mais profundos. Mas aqui pode haver um erro de análise meu: eu não me divorciaria por dá cá aquela palha, teria de haver problemas profundos e impossíveis de resolver (ou privação de sono graças a um bebé mas isso é outra história :D). E é engraçado porque já não me faz tanta confusão se for um casal que vai viver junto e que meses depois se separa. Encaro isto como um "perceberam que viver na mesma casa não resultava", acho até mais normal que aconteça. Acho que é o compromisso do casamento que para mim dá um maior peso a tudo isto, a festa, a celebração do amor perante toda a gente, o compromisso para o resto da vida...:)

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    2. Ahah, estava agora a ler a última linha do post sobre as fases do amor. Se calhar sou mesmo muito prática a analisar o amor, encaro com naturalidade as fases de maior e menor paixão, não há dramas com isto, daí não entender quem casa com dúvidas ou quem se divorcia por coisas menores. :)

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