Não há voo que eu faça que possa dizer no final "Ah, foi mesmo um voo sossegado". Ora tenho crianças a dar-me pontapés no assento, ou tenho alguém a falar altíssimo ao meu lado, ou alguém a tossir tanto que quase cospe um pulmão cá para fora, ora alguém que ressona, tudo isto para além dos meus típicos ataques de alergia. Hoje calhou-me ao lado uma senhora toda pintada e toda esticaaaaaada (parecia a mulher do Castelo Branco), que passou o voo a ver um vídeo no ipad e que chorava, e chorava, e fungava, e assoava-se, e chorava, e limpava as lágrimas. Ainda deitei um olho ao filme mas não o reconheci. Com o nariz já entupido, os olhos pouco abertos, a cara cheia de comichão, tentei adormecer para ver se o tempo passava mais depressa. E olhem que não é fácil adormecer quando de 15 em 15 segundos temos de nos assoar ou espirramos (fora o choro, as fungadelas e o assoar da minha vizinha cinéfila). Mas consegui. Para 5 minutos depois receber um pontapé (dado estrategicamente?) no pé por uma hospedeira que me queria dar uma sandes (que não gostei e não comi). Não voltei a adormecer. Nem eu nem as duas crianças sentadas perto de mim, que foram o resto do voo aos gritos. Tété, não, ainda não foi desta que tiveste um voo sossegado. Talvez seja para a próxima!
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