Quantos de nós não conhecem casais em que um dos elementos é assim? Pegajoso, chato, sufocador...Há uns anos assisti a uma discussão entre um casal, em que ele queria ir ao café todos os dias após o jantar, e ela obviamente ripostava que nem pensar porque ele já trabalhava todo o dia e por isso ela queria a sua companhia à noite. Na tentativa de se arranjar um entendimento (Maria Tété, conselheira amorosa ao vossa dispor. É só mandar e-mail), propus que ele saísse para o café ao fim-de-semana, ficando durante a semana a fazer companhia à namorada. Ele concordou, ela não. Perguntei-lhe o que é que ela queria, ao que ela respondeu: Quero que ele fique sempre em casa comigo e que não saia de todo.
Tentei explicar-lhe que ele também tinha necessidade de sair com os amigos, ver outras caras, ter outras conversas. Ela mantinha-se irredutível: não, não e não. Ele, tentando convencê-la, dizia-me que nem se importava que ela também fosse ao café com ele. E ela insistia: não, não e não, tinham de ficar os dois em casa. Como é óbvio esta é uma relação de altos e baixos, traições à mistura, num acaba e recomeça constante.
A ideia é que quando estamos numa relação,esta não seja pior que a prisão de Alcatraz. Claro que há vontade de termos os namorados por perto mas obrigá-los a conviver connosco 24h por dia é demais. Bem vêem os casos que aparecem no Big Brother: cá fora até podem ser um casal maravilha, mas lá dentro o facto de nenhum poder respirar dois minutos sem ter o outro ao pé, gera confusões. Sufocar quem está connosco só faz essa pessoa ter ainda mais vontade de fugir e ter tempo para ela. E o que é que preferem: ele estar convosco porque vocês lhe puseram uma trela imaginária e não o deixam dar um passo sem vocês, ou porque ele quer realmente estar convosco, mesmo tendo liberdade para fazer outras coisas? É verdade que a vontade de estar com o namorado/namorada é grande (se estamos numa relação é porque gostamos dessa pessoa e da sua companhia) mas também é importante perceber que não deixamos de existir e que mesmo a outra pessoa já tinha uma vida antes de nos conhecer. Por exemplo, por muito que eu goste de estar com o Jack (que gosto) não faço questão que ele esteja em todos os meus encontros com as minhas amigas (as cusquisses não lhe interessam), assim como não faço questão de ir a todos os encontros com os amigos dele (passar horas a ouvir falar de carros não é propriamente divertido para mim). Neste momento, estando eu por casa todo o dia e ele fora, é óbvio que me apetece fazer programas a dois quando ele regressa a casa. Contudo, dei por mima pensar que o coitado quando não estava a trabalhar, estava a dar-me atenção e reparei que já há uns tempos que não o via fazer nada sozinho e de que gostasse. Passei então a ter dias em que lhe dizia que ia ler um pouco e por isso ele que se entretivesse com a consola, com um livro, a dormir uma sesta, o que quer que fosse. Se gostava de estar a fazer coisas com ele? Claro. Mas não quero transformá-lo num daqueles homens que se sente tão sufocado em casa que adia o seu regresso após o trabalho.
Acrescento também que mensagens "O que é que estás a fazer?" várias vezes ao dia mostram um total falta de confiança e uma total incapacidade em nos entretermos sozinhas sem termos de o chatear. Eu já nem gosto deste tipo de mensagens por parte das minhas amigas, quanto mais da parte dele. Felizmente, nunca foi algo que ele fizesse. E quem diz estas mensagens diz outras, em que depois se fica fula porque ele não responde nos dois minutos seguintes. Deixem-no respirar, meninas, a sério. E quando deixarem, vão ver que eles vão querer respirar a maior parte das vezes ao pé de vocês.
Tão sensata :)
ResponderEliminarBeijinho
Faz-me uma confusão casais assim! Sou muito aventureira e de viajar sozinha e de pedir espaço para mim, como tal, o que peço dou. Estou sempre a insistir pra que os meus namorados saiam com os amigos, façam noites de gajos e assim.
ResponderEliminarÀs vezes tem a ver com a insegurança das pessoas...*
ResponderEliminarJoana
ResponderEliminarSou sempre (ou quase ;)).
Raven,
ResponderEliminarÉ de facto importante que não se acabe a vida pessoal por se estar numa relação. Por se um dia esta acabar, o que é que nos sobra? É que deixamos de saber como existir enquanto pessoas.
Clementine,
ResponderEliminarConcordo (e muito) com isso. A minha questão é: há alguém que quer ficar com uma pessoa tão insegura que nem deixa respirar dois minutos sozinho? E depois, se estamos numa relação, não é suposto sentirmos segurança? Porque se achamos mesmo que o nosso namorado nos anda a trair, por exemplo, então é porque se calhar não escolhemos o homem certo.