19.5.15

E o que é bom lá se acaba...

Daqui a umas horas já estarei enfiada num avião e já sinto saudades de Portugal. Tento nem pensar que o mais certo é só voltar o ano (ando aqui indecisa se não cometo uma loucura e não venho fazer uma visita relâmpago já no próximo mês ou em Julho), que se vão passar meses sem estar com os meus amigos, sem estar com os avós, sem comer a comidinha boa (e as gulodices) de Portugal. Estas férias foram uma lufada de ar fresco (e calor, muito calor, ao qual eu já não estou habituada - se é que alguma estive) e regresso a França com a alma quase cheia (ainda haveria espaço para mais encontros e mais abraços). Mais uma vez se a minha mala não estourar é por pura sorte já que em livros, roupa de grávida (pouca) e roupa para o bebé (bastante), eu e a minha mãe perdemo-nos nas lojas, a juntar às prendas que recebi. E vou fingir que a mala de computador que levo não tem o peso de um pequeno mamute e que será facílimo colocá-la na cabine do avião. Confesso que parto com o coração pequenino, que me apetece agarrar-me a uma qualquer coluna do aeroporto e fazer uma birra porque não quero entrar no avião, não quero ir embora, não quero voltar para o frio e ficar longe de tanta gente de quem gosto. Apetece-me sentar no chão do aeroporto e deixar cair lágrimas gordas enquanto digo que não é justo, que Portugal devia dar-nos as mínimas condições para ficarmos, que não nos devia obrigar a partir assim, que quero colocar toda a gente na minha mala e levá-los comigo. E só não o faço porque eu não choro (em público), porque não adiantaria de nada e porque no fundo tenho sempre uma boa razão para regressar a França: o Jack e a família que juntos estamos a construir. Mas sei que embarcarei com um nó na garganta e lágrimas nos olhos. Acho que é sempre assim e sempre será.

1 comentário:

  1. Compreendo tanto essa parte de sentar no chão e chorar...
    Sempre que visito a minha mãe ou que ela me visita é o que me apetece fazer :(

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Digam-me coisas. :)