Eu sempre gostei de aniversários. Sempre. Do meu e do dos outros. Já ouvi até que festejo com mais alegria o aniversário dos outros do que eles próprios. Que querem? Para mim, o dia de aniversário é um dia especial, é o nosso dia, é o dia em que se comemora o facto de termos nascido, é o dia em que se comemora o facto de ainda estarmos vivos, é o dia em que se comemora o nosso crescimento físico e emocional. Adoro dias de aniversário. E quando são os dias de aniversário daqueles que me são próximos sinto ainda mais vontade de festejar porque não é apenas o dia deles, não é apenas o comemorar o facto de terem nascidos e de ainda estarem vivos, é também o comemorar de existirem e estarem na minha vida.
E hoje o Jack faz 30 anos. E eu estou radiante. Transformou-se num homem bonito, este meu rapaz que eu conheci ainda menino. Nos últimos tempos temos gozado com ele por estar a tornar-se um trintão, como se toda a diversão da adolescência e juventude acabasse agora e ele não passasse de um velho acabado. Contudo, a verdade é que olho para ele e à parte tudo o que conquistou, sei bem que ainda tem muito para conquistar. E sei que o vai conseguir. Porque o Jack é assim: vai atrás dos sonhos, luta por eles, não desiste mesmo quando não o consegue logo, e quando finalmente conquista algo, arranja logo outro sonho para perseguir. É um eterno insatisfeito, mas é isso que o faz avançar, e embora eu reclame desta sua faceta nunca satisfeita, no fundo não quero que mude (muito) pois gosto de o ver lutar pelo que quer (e gosto quando finalmente atinge o objectivo). E sei também que estes trinta anos não lhe vão tirar aquele sorriso de criança, aquele brilho no olhar quando entra em casa com mais uma ideia mirabolante (obrigando-me a ser a chata sensata que o faz descer à terra), aquela paixão de miúdo por automóveis. Sei que vai ser sempre assim, aos trinta, aos quarenta, aos cinquenta, etc. E sei também que este seu lado de criança se alia perfeitamente ao seu lado de adulto, àquele lado trabalhador e responsável, que o faz acordar todos os dias ainda o sol não nasceu, que o faz trabalhar 6 dias por semana, que o faz estar fora de casa mais 12 horas por dia, e que às vezes ainda o faz sentir-se tentado em abraçar mais algum projecto. O Jack faz parte daquela raça de homens que quer é trabalhar, quer arregaçar as mangas e fazer-se à vida, pois sabe que só assim (que isto do Euromilhões nunca mais no abençoa) é que vai conseguir tudo o que quer, mesmo que o trabalho não seja naquilo que mais gosta. No fundo, o Jack é um mau perdedor (até em jogos de cartas e tabuleiros) e isso estende-se à vida: o Jack vive para ganhar, e se não ganhar agora então há-de ganhar mais tarde. Não é a vida, com os seus truques e reviravoltas traiçoeiras, que ganha, mas sim ele. O Jack é daqueles homens que acorda com um valente mau humor (e infelizmente não estou a ver os trinta a virem mudar isso), que segue a máxima "poucos amigos mas bons", que é simpático com toda a gente (às vezes demais), que está sempre lá para ajudar mas que também quando se farta bate o pé e com força. O Jack é um observador de pessoas, é calado, é um estudioso, é alguém que aprende sozinho e tem sempre sede de saber. O Jack é um romântico quando o tempo lhe permite, é um desajeitado esforçado, é um homem de família. O Jack é o menino, rapaz, agora homem, que eu escolhi para ser o meu companheiro de vida. E hoje, vendo-o com trinta anos e vendo o quão bem ele tem crescido, sinto que fiz a escolha certa. É sem dúvida um homem maravilhoso.
Feliz Aniversário, Jack.
Parabens ao teu amor! :)
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