No fim-de-semana em que fomos ao Luxemburgo, um dos temas que falámos com os primos do Jack foi a atenção que é dada à reciclagem naquele país. O lixo é pesado e pago ao peso, pelo que tem-se todo o interesse em reciclar o mais possível de forma a obter o menor lixo possível. Se for detectado no lixo algo passível de ser reciclado, este é deixado lá com um autocolante de aviso.As regras são bem definidas e há uma lista daquilo que é reciclável ou não.
Por aqui as coisas são bem diferentes e foi um dos choques com que me deparei quando vim viver para cá. Não posso entrar em generalizações porque não sei como é que as coisas passam em todo o país, mas pelo menos nesta terra, a reciclagem é algo simplesmente imaginário. Para já, não há os nossos fantásticos contentores de reciclagem, mas sim uma espécie de caixotes altos e estreitos (que se enchem num instante), com tampas de diferentes cores para o cartão, o plástico e o lixo. Os únicos parecidos com os nossos são os vidrões. Cada casa/prédio tem os seus próprios caixotes que coloca na rua na noite em que passa o camião específico para aquele caixote e que os esvazia. No nosso caso, como é um prédio sem espaço para os seus próprios caixotes, utilizamos os que estão na rua. E é aqui que eu abano a cabeça cada vez que lá vou: não há qualquer traço de reciclagem. Qualquer caixote é bom para colocar plásticos, cartões e lixo, desde que haja espaço. A ideia que tenho é que a regra é mais ou menos esta: vamos colocando o lixo no caixote do lixo até este estar cheio. Quando estiver cheio, começamos a meter o lixo no caixote dos plásticos. Se estiver já estiver cheio, então pomos no do cartão. Não sei bem o porquê desta atitude e começo a convencer-me que o pessoal acha que os caixotes têm tampas de cores diferentes só porque assim fica mais giro. Já falámos com alguns vizinhos sobre isto e basicamente a atitude é: ali as coisas nunca vão estar devidamente separadas porque são caixotes usados por muitas pessoas que não-estão-nem-aí, por isso não interessa fazermos nós a separação. O cúmulo dos cúmulos foi quando vieram retirar os vidrões (um para o vidro branco e outro para o vidro colorido, embora bastasse só um porque nunca vi ninguém a meter garrafas nos dois. Escolhiam um e punham para lá todo o vidro, independentemente da cor), ficando ali um espaço vazio. Não sei quem foi a alminha (ou as alminhas) que, na falta dos vidrões, colocou simplesmente as garrafas no espaço vazio, no chão. Ufa, é que isto de pôr as garrafas separadas do plástico já dá muito trabalho. Não lhes peçam para ir procurar onde estão os vidrões...
Ainda falam do nosso Portugal.
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