1.5.12

Eu e a história do Pingo Doce

As imagens dos vários "Pingo Doce" que abriram hoje os Telejornais fizeram-me lembrar aqueles saldos nas mega-lojas americanas, onde todos se atropelam uns aos outros e as mulheres lutam umas com as outras por um par de sapatos. Eu percebo que 50% de desconto é...bom, é 50% de desconto. Numa altura de crise, 50% de desconto não se deve deitar fora. Confesso que depois torci o nariz quando vi que se tinha direito a este desconto só em caso de compras superiores a 100 euros. Afinal de contas estamos em crise e nem toda a gente tem 100 euros para ir gastar a um supermercado. Acho pois que se o Grupo Jerónimo Martins quisesse mesmo ajudar o povo português nesta altura de crise, tinha posto de lado este limite ridículo de 100 euros. Ajudava mais com certeza a velhota ou a mãe de 5 filhos que hoje só teriam 20 euros para gastar em comida, permitindo-lhes afinal gastar apenas 10€ ou levar géneros no valor de 40€. É a minha opinião.
E confesso que me fez confusão ver ali pessoas a queixarem-se da crise, a dizer que este tipo de medidas deveria haver mais vezes para os ajudar, e vê-los sair com carros cheios de comida de marca para os animais de estimação, sumos, doces...Bens necessários nem vê-los (até porque esses rapidamente desapareceram). Acredito que houve muito boa gente a gastar ali no mínimo 50 euros em coisas que não lhes fazem falta nenhuma, em vez de se dirigirem a outro supermercado e gastarem metade desse valor em coisas que realmente fazem falta em casa.
É verdade que digo muitas vezes que nisto do dinheiro cada um sabe de si e que não devemos contas a ninguém, desde que sejamos honestos. Mas não gosto desta mentalidade portuguesa de que preferimos ver-nos à rasca a desistir de gostos supérfluos.

4 comentários:

  1. Se o Grupo Jerónimo Martins quisesse mesmo ajudar o povo português nesta altura de crise, não tinha deslocalizado a sua sede fiscal para um offshore na Holanda. Tinha ficado cá a pagar os impostos devidos, de forma a ajudar a ultrapassar a crise. Mas não. E o povo português ainda lá vai gastar o tostão todo em bem essenciais e muito pouco essenciais e ainda bate palmas aos senhores, que no fim ainda são uns beneméritos...!

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  2. Isto do Pingo Doce chateou-te mesmo, não? =P

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  3. Nota-se, não é? lol Chateou-me sobretudo a mentalidade saloia que se viu na tv. Um consumismo frenético que leva as pessoas a limparem tudo o que havia nas prateleiras, sendo do conhecimento geral que a maioria do que existe no supermercado não serão bens essenciais. Mas vem aí um tornado, uma bomba atómica, uma guerra, para ser preciso encher 3 carrinhos de compras?! Como é que as pessoas não vêm que o Pingo Doce se está a marimbar para a Dona Joaquina que vive com 350 euros de reforma, quer é ganhar o dinheirinho e se possível fugir aos impostos? Como?? É isto que eu não percebo e que me entristece. Eles querem lá saber do povo. Com esta brincadeira ganharam milhões, muitos muitos milhões. Enquanto isso, o povo que ganha o ordenado mínimo e paga impostos foi lá largar o money e ainda se gaba e bate palminhas.

    Enfim... desculpa, hoje estou assim! lol

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  4. Ora essa, estás à vontade para dizeres o que te apetece aqui no estaminé. :)
    Eu acredito que tenha havido pessoas que fizeram boas compras, que pensaram com a cabeça. Mas acho que realmente houve muita gente que gastou dinheiro que poderia ter poupado....

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Digam-me coisas. :)