18.9.12

Saiam-me da freeeeeente


Há uns anos quando me tentavam convencer a vir para França, a minha um-dia-quem-sabe-futura-cunhada dizia-me que também nunca quis vir mas que quando viu que tinha mesmo de o fazer, meteu isso na cabeça e chegando cá, essa postura ajudou à adaptação. E eu, na altura, abanava a cabeça e dizia que se viesse para França era mesmo obrigada e que não viria com esse espírito de "Já que vim, vamos lá fazer com que isto corra bem". Muito pelo contrário, viria sem qualquer coragem, vontade de sair de casa, vontade de me desembaraçar sozinha, etc.
Hoje dei por mim a pensar que realmente a postura com que encaramos os desafios determina muitas vezes a maneira como estes vão correr. E se há uns anos atrás eu não teria a coragem ou vontade de sair de casa, hoje é ver-me ir ao banco, ao correio, ao supermercado sozinha. E mesmo se me perguntassem em Maio (quando eu tinha planeado vir) se pegaria no carro e conduziria, eu responderia prontamente que nem pensar. Uns meses depois, com outro espírito psicológico, vi-me ontem a pegar no carro e a conduzir meia-hora, absolutamente sozinha*.
Convenço-me assim cada vez mais de que há males que vêm por bem, e tanto atraso nos planos está a permitir-me adaptar-me de uma forma mais rápida ( e ainda não vim de vez...Olha quando vier! =P).

* Deixei o carro ir abaixo algumas vezes. Ia enfiando o carro noutro (culpa dele). Só não chorei de susto, porque se o fizesse não ia conseguir ver a estrada e podia não sobreviver a uma segunda tentativa de assassinato. Vi-me de repente na auto-estrada enfiada entre dois camiões, sem conseguir ver as saídas e já a pensar que quando desse por mim estava nos Alpes. Mudaram-me os planos e mandaram-me ter ir a sítio para o qual nunca tinha conduzido, nem acompanhada.  Quando finalmente cheguei, tremia como varas verdes e jurava a mim mesma nunca mais conduzir na vida. Correu bem, portanto. :)

1 comentário:

Digam-me coisas. :)