Pronto, admito, estava nervosa. E mais nervosa fiquei com os anúncios que passaram antes do filme e dos quais apanhei pouco ou nada. Já me estava a ver a passar o filme todo a olhar para a tela, sem perceber nadinha, olhando para o relógio de vez em quando de forma a calcular quanto tempo faltaria para terminar a tortura. Devo ter ficado pálida quando logo na primeira cena do filme não pesco nada do telefonema que é feito. E lembro-me de ter esboçado um sorriso amarelo quando o meu rapaz preocupado me pergunta "Percebeste?". Mas depois lá apanhei. E percebi até que o meu cérebro não traduz automaticamente as frases que entende. Oiço-as e compreendo o seu significado, sem precisar de traduzir mentalmente as palavras, como fazia quando cá estive em Erasmus (ah, e lembrei-me agora de uma italiana que conheci e que me dizia que, para ela, ter noção que sabia francês era quando começasse a sonhar em francês :)).
Falando do filme: gostei. A história é boa, eu já tinha lido sobre ela por isso sabia ao que ia, não sei porquê achei que ia ter mais pormenores, mas por outro houve detalhes e personagens que me surpreenderam. Acho que teria gostado mais se tivesse percebido mais. Admito que houve diálogos que me escaparam e toda a sala se riu duas ou três vezes de piadas que eu não apanhei. Não foi uma ida ao cinema daquelas em que me recosto, relaxo, desligo o cérebro e aproveito o filme. Ali fui obrigada a estar atenta a cada palavra dita, a esforçar-me para compreender. Por isso, não saí de lá a pensar "Uauuuu, que grande filme" porque tinha o cérebro a trabalhar a mil e estava cansada do esforço de compreensão que tinha feito. Mas ainda assim consigo ver que é bom filme e que no fundo gostei bastante.
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