22.4.14

A despedida de solteira/solteiro

Nunca achei muita graça às despedidas de solteira e acho que desde nova decidi que não ia fazer o sacrifício de passar por uma quando estivesse noiva. A ideia de andar na rua com objectos estranhos na cabeça, ou tiaras, ou véus, ver strippers, beber até cair, receber prendas de fazer corar e afins, nunca me seduziu e sinceramente duvido que um dia vá achar piada. Claro que há despedidas mais calmas, jantares com amigas, cinema, uma ida calma a um bar, e eu ainda ponderei durante uns anos fazer algo deste género quando um dia me visse de anel no dedo. Até que o dia chegou e analisando a situação percebi que para mim não faria sentido nenhum fazer uma despedida de solteira. Com nove anos de namoro e um ano de vida em comum, o meu estado de solteira há muito tinha ficado para trás. Ia despedir-me exactamente de quê? Para além de não gostar do conceito (como se casar nos dias de hoje fosse um adeus a toda a vida que se tivesse antes), já não me sentia solteira, pelo que abdiquei alegremente de tal ritual. Uma decisão simples para mim mas complicada para outros que ainda hoje não compreendem porque o fiz e acham que apenas quero fugir aos strippers, tentando assim convencer-me a fazer almoços e jantares de amigos. E isso eu faço, claro que faço e com todo o gosto, mas escusam de lhes chamar despedidas de solteira quando são almoços e jantares normais entre amigos.

O Jack por sua vez decidiu que até alinhava numa despedida de solteiro e desde que anunciámos o noivado tenho tido que aguentar os mil e um planos que o padrinho decide partilhar comigo, como se eu fosse parte activa neles. Estabeleci apenas algumas regras:
  • Não poderia ser na véspera do casamento pois se eles têm o direito de se divertir, eu também tenho direito a um noivo desperto e não a sofrer de ressaca;
  • Que não fizessem nada que lhe colocasse a vida em risco ou que o magoasse. A ideia é que se divirtam e não que me transformem numa viúva ainda antes do casamento.;
  • Ele não poderia trazer doenças para casa (ide lá ver meninas a despir-se se é isso que vos faz felizes, mas as mãozinhas não tocam em nada).
Depois de muitas gabarolices de "a tal, acontece e não acontece, farei isto e tal e coiso", muitos meses à espera que me raptassem o homem e os levassem, vou-me embora sem nada ter visto. Ainda cheguei a ouvir a hipótese de se marcar a despedida de solteiro para depois do casamento (ou seja, no fundo, no fundo, eles querem é borga e a despedida de solteiro é apenas um pretexto). Agora acho que já está mais ou menos assente que será no dia da minha partida (basicamente, enfia-se a noiva num avião e dá-lhes para a asneira). Enfim, homens....Eles que se divirtam, que finjam que a vida feliz acaba no dia do casamento, que bebam para esquecer o quão idiota é esta ideia e ele que depois me envie uma mensagem a dizer que chegou bem a casa, que não lhe roubaram nenhum órgão e que a ressaca se curará de certeza nos quinze dias seguintes.

2 comentários:

  1. Também é coisa que eu não acho piadinha nenhuma

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  2. Eu não gosto nada e da mesma forma de aceito que ache piada e queira fazer, também acho que se deve respeitar quem não gosta e prefere nada fazer. :)

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Digam-me coisas. :)