Os meus pais trouxeram-me o último livro da Lesley Pearse, "Confia em mim". É um livro grande, com 751 páginas, e que comecei a ler num domingo. Eu sou o tipo de pessoa que lê relativamente rápido e, embora neste momento, o tempo seja coisa que não abunde tento ir tirando 5 minutos aqui e ali para ler, ou meia-hora ao final do dia para fazer algo que goste como, por exemplo, ler. É uma das minhas paixões e custa-me não ler tanto agora como lia, mas o motivo é bom e tem de ser. No domingo seguinte cheguei ao pé do Jack com o livro na mão, ainda chocada com a história. Perguntei-lhe:
- Alguma vez ouviste falar na migração de orfãos ingleses para a Austrália em pleno século 20?
- Huuum, acho que não.
- Eu também não me lembro de ouvir falar disto, mas ao que parece aconteceu e não foi coisa boa.
- É disso que fala o livro?
- Sim, é uma história baseada em factos reais. No fim, tem uma posfácio escrito por um editor real a relatar este acontecimento. Posso ler-to?
- Espera...como assim, no fim?
- É um posfácio, está no fim. A história é um romance, mas este relato é verdadeiro.
- Mas como assim, no fim? Estás a dizer-me que já acabaste de ler esse tijolo?
- ....
Estou convencida que ele acha que eu saltei umas quantas páginas e que li metade do livro na diagonal. O livro fala então da migração de milhares de crianças inglesas orfãs para a Austrália, com a promessa de uma vida melhor, num país de sol, praias, fruta e cangurus. No entanto o que as esperava eram orfanatos onde as condições eram ainda piores que nos orfanatos ingleses, e onde foram humilhadas, sexualmente abusadas, tornadas escravas, passando fome, frio e calor, sem uma réstia de humanidade, amor ou carinho. Ainda hoje vivem sobreviventes desta época, seres humanos destruídos, incapazes de lidar com o que lhes aconteceu. Por um lado tenho vontade de procurar mais informação sobre esta época da história que me passou completamente ao lado, mas por outro a revolta que senti em certos momentos do livro faz-me perder a vontade de ler ainda mais atrocidades praticadas. Só o facto de saber que aquilo que as personagens viveram aconteceu de facto a milhares de crianças provoca um nó no estômago. Mais um livro fantástico desta autora.
Também sou devoradora de livros. Quando gosto mesmoooo, devoro um livro de 700 páginas em três dias. :)
ResponderEliminarTambém eu. Antes da Mini-Tété nascer. :P
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