Tínhamos planeado uma passagem de ano calma e caseira em casa dos pais do Jack, com direito a troca de prendas uma vez que não tínhamos passado o Natal todos os juntos. Vesti a Mini-Tété para sairmos, estive a brincar com ela e quando a certa altura lhe dou um beijo sinto-a quente. Não valorizei, afinal de contas tinha estado a brincar e vesti-la na última hora e não tinha sentido que ela estivesse com febre ou doente, mas decidi na mesma ver-lhe a temperatura. Ia caindo para o lado com o resultado: 39.5°C. Converso com o Jack, concluímos os dois que sendo a primeira vez que fazia esta febre e sendo nós pais de primeira viagem sem experiência para avaliar correctamente a situação, que seria melhor irmos ao hospital.
Enquanto preparava o saco da Mini-Tété, ela ficou prostrada ao colo do Jack, sem grandes reacções, só piscar os olhos. Sou uma pessoa optimista por natureza, muito pouco dada para histerismos a nível da saúde e nada hipocondríaca, mas tenho de confessar que durante um minuto o meu coração vacilou ao vê-la assim e com lágrimas nos olhos perguntei ao Jack "E se for algo grave?". Depois limpei as lágrimas e rumámos ao hospital comigo a afirmar que não seria nada de mais, que ia passar, que íamos entrar e sair do hospital num piscar de olhos.
Enquanto aguardávamos a nossa vez na fila, Mini-Tété decidiu vomitar este mundo e o outro, cobrindo-se a si e ao Jack, e deixando todo o chão à volta num estado lastimável. Um espectáculo digno de se ver. E minutos depois, tive o segundo e último momento de lagrimita no canto do olho quando, com Mini-Tété chorosa ao meu colo, lhe comecei a cantar as músicas que tanto a animam mas que naquele momento não resultavam de todo.
Como esperado, não era nada de grave, apenas uma virose chata que assim nos levou às urgências do hospital pela primeira vez com a Mini-Tété. À meia-noite, enquanto amigos e familiares festejavam a passagem de ano, nós entretínhamos a Mini-Tété num quarto de hospital, à espera que a madame fizesse xixi para análises.
Hoje quando acordei não senti que estivesse em 2017, não entendia que fosse 1 de Janeiro, estava perdida no tempo. Eram 18h quando farta desta confusão mental, pedi ao Jack que subisse comigo para cima do sofá e que saltássemos como manda a tradição. Agora sim, estou em 2017. Só entrei um bocadinho mais tarde. :)
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