14.5.17

Uma pessoa até se habitua a ganhar coisas.

Mesmo tendo razões pessoais para apoiar o Salvador Sobral, fiz o esforço de o ouvir cantar como se não as tivesse, de forma a criar a minha própria ideia. Gostei da música mal a ouvi, achei-a pouco festivaleira, assumindo assim que não iríamos longe na Eurovisão, e achei também os gestos demasiado exagerados. Embora compreenda que se devem à sua interpretação da música que canta, senti que, pelo menos no meu caso, os gestos atraiam o meu olhar, distraindo-me da música em si e dando até ao Salvador um aspecto um pouco tolo. Comentei diversas vezes com o Jack que, não querendo que ele cantasse de braços abandonados ao lado do corpo, sentia que menos exuberância faria sobressair mais a música, colocando-nos assim mais perto da vitória. Estava enganada. A simplicidade da música e a não contenção na sua interpretação foi exactamente o que fez Portugal ganhar. Que noite de doidos, com a Mini-Tété a ter pesadelos, comigo e com o Jack a revezarmo-nos no seu cuidado pois nenhum de nós queria perder a pontuação, com a hesitação no final de "Então, mas fomos nós que ganhámos, é isso?" e a certeza de que mais uma vez Portugal fez história. Goste-se ou não da música, goste-se ou não do Salvador e da Luísa, goste-se ou não da interpretação, a verdade é que fomos os melhores. Fomos Portugal.

2 comentários:

  1. Eu amei a música desde a primeira vez que a ouvi. Sempre disse que não era festivaleira. Adoro a forma sentida como ele se expressa. Tinha medo, mas tinha muita esperança. Et, voilá!

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  2. Confesso que estava muito longe de imaginar que pudesse ganhar...mas ainda bem que ganhou!


    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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Digam-me coisas. :)