17.4.12

Hã? Comida? O que é isso?


Sei lá bem porquê, no outro dia lembrei-me da comida em França. E tremi só de pensar que vou ter de comprar coisas para cozinhar e que vou ter de encher a despensa. Acho que na primeira vez talvez o melhor seja ir com 4 horas disponíveis para ver se levo para casa alguma coisa de jeito. E perguntam vocês se a comida de lá não é igual à nossa. É pois. Quer dizer, mais ou menos. A comida servida nos restaurantes talvez seja igual à nossa mas uma vez que a escondem debaixo de todos os tipos de molhos imagináveis não consigo perceber muito bem se há semelhanças ou não. Quanto ao supermercado...é igual à nossa, mas noutra língua. =P E eu que já fico meio perdida quando entro num supermercado que não conheço (basta ir a outro Pingo Doce que não o habitual e pimbas, sinto-me como se tivesse mudado para um planeta em que nenhum corredor faz sentido), então imaginem o que é entrar num supermercado que não conhecem e onde tudo está numa língua que não conhecem! É verdade que as coisas se encontram, mas eu que já vivi em França 9 meses sozinha, bem me lembro de olhar para aqueles corredores do E.Leclerc e pensar "Oh, valham-me todos os santinhos que eu não percebo nada disto e estou mesmo a ver que vou acabar por levar para casa ovas de peixe, enchidos de aspecto duvidoso, queijos cobertos de bolor, cera para depilar a pensar que é compota e algo que nunca chegarei a identificar....". Imaginem só que o bloqueio foi tão grande (em relação a tudo, à chegada a um novo país, à estranheza do supermercado, à língua estranha) que nos primeiros quatro dias que estive em França nessa altura alimentei-me basicamente....de uvas e barrinhas kinder. Depenicava o cacho de uvas que tinha comprado, comia uma barrita kinder com esforço (imaginem portanto o meu estado de bloqueio! É que entre mim e o chocolate bloquear é que coisa que muuuuito raramente acontece. Geralmente a nossa relação é mais...osmose) e ali estava eu, perdida num país novo.
E sabendo que sempre fui assim (acho que nunca fiz um acampamento em que não me parasse a digestão na primeira noite devido à mudança de rotina), cheira-me que quando for para a França daqui a uns meses, ou o meu rapaz me alimenta à colher ou vou novamente passar uns dias com o cérebro bloqueado sem saber o que significa "levar comida à boca-mastigar-engolir".

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