24.6.12

Mudar

Mais uma pessoa conhecida que foi trabalhar para França. E eu percebo aquela atitude de quem vai para a forca, percebo a falta de vontade, percebo a hesitação em deixar este jardim à beira-mar plantado. Percebo  os receios, percebo as saudades, percebo tudo isto. Eu própria já finquei as unhas na terra e disse que não queria ir. Eu própria já abanei a cabeça determinada dizendo que nunca iria. E agora, até já espero que o dia em que para lá vou chegue depressa.
Resta-me desejar-lhe boa sorte e esperar que a sua adaptação seja fácil e rápida. Porque nisto eu não gosto de enganar ninguém e não gosto de tornar as coisas mais fáceis quando sei que não o serão. Claro que isto depende de pessoa para pessoa, mas há sempre uma fase de adaptação, de saudades, de estranheza. Mesmo eu, que já ando a tentar contar os dias até à minha partida, sei perfeitamente que vou lá chegar e vou precisar de tempo. :) Principalmente porque eu sou uma pessoa que não gosta de mudanças nas rotinas e que até há bem pouco tempo, quando ia visitar o rapaz a França, tomava o pequeno-almoço e saía de casa de manhã para apanhar comboio, metro, esperar no aeroporto, apanhar o avião e chegar a França ao final da tarde sem ter enfiado mais nada do estômago. A mudança de rotina era tão grande que eu simplesmente me esquecia que precisava de comer. Claro que quando finalmente lhe dava aquele abraço apercebia-me que estava a morrer de fome. :) 

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