3.7.12

É triste

É triste ver que há pessoas que não conseguem dar o salto. Que vivem presas à vida de estudante, às bebedeiras, às cowboyadas com os amigos. Que contam as histórias com um orgulho como se tivessem atingido o pico da montanha mais alta e atravessado a nado o rio mais perigoso. Que parecem não ter mais nada da vida a contar ou de que se orgulhar. Hoje, enquanto ouvia um homem contar mais umas histórias deste tipo, pensei o quão triste ele é, embora se esforce para parecer o contrário e faça questão de dizer que bem-disposto está todos os dias. É pai de um criança (e só sei porque ele tinha umas fotos na pen), tem uma licenciatura (que só descobri qual ao fim de uns dias) e de certeza boas histórias de vida, mas a única coisa que faz é contar o quão maluco era nos tempos de universidade. E não consigo também deixar de ter vontade de lhe dizer "Uau, andaste na Universidade e o teu grande orgulho é teres roubado, com os teus amigos, uma sanita cheia de m****? Caramba, que idiota que eu sou, por me orgulhar de ter completado uma licenciatura e um mestrado....". 
Ele faz por parecer ser alegre, mas eu não consigo ver alguém que leva uma vida profundamente infeliz porque não conseguiu (nem consegue) estar preparado para a vida pós-curso, com as responsabilidade e novas vivências que isso acarreta. Vive tão preso às histórias do passado que não consegue voltar a escrever mais nenhuma.

1 comentário:

  1. Caramba... acho que acontece mais do que pensamos... é pena, porque a vida é feita de ciclos que rodam e vão-se fechanco e dando lugar a outros e seria suposto fazermos essa passagem com normalidade. Quando visito a minha antiga cidade universitária, morro de nostalgia da cidade, porque realmente a acho a minha cara. Já a universidade... não sinto nada ao entrar lá, tenho bem arrumado na minha cabeça que foi uma fase boa mas que já passou.

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