30.10.12

Quando falhamos nos planos que os outros acham que devemos seguir



Vivemos muito para aquilo que os outros esperam de nós. 
Quando somos pequenos, espera-se que sejamos bons alunos, que não façamos birras, que mantenhamos o quarto arrumado e que comamos tudo o que está no prato. 
Na adolescência espera-se que sejamos bons alunos, que não nos metamos em problemas nem escolhamos más companhias, que não apanhemos bebedeiras em festas e que sejamos simpáticos com as pessoas.
Depois, espera-se que entremos na Universidade, que tiremos o curso sem deixar arrastar muito o tempo, que namoremos apenas (e poucos) rapazes responsáveis e dignos de serem apresentados às avós. 
Espera-se que encontremos um bom emprego, que façamos um casamento bonito, que tenhamos filhos. 
É bom que não nos metamos em drogas, que nos arranjemos, que sejamos elegantes, bons pais, bons filhos, bons amigos, bons empregados ou bons patrões. 
E quando por acaso algo neste grandioso plano falha, então estamos aquém das expectativas dos outros. E para quê? A vida não nos permite vivê-la de forma tão programada e a culpa não é nossa. Também nós gostávamos que tudo corresse sobre rodas mas nem sempre corre. E por isso a última coisa que precisamos é dos olhares críticos dos outros e de comentários como "Demoraste 5 anos a fazer um curso de 4 anos?", "Como assim, o teu namorado tem piercings?", "Estás gorda. Sabes que devias perder peso, certo?", "Acabaste o curso e ainda não tens emprego porquê?", "Porque é que ainda não casaste?", "Porque é que ainda não tens filhos?". Pergunta ainda mais pertinente: "Porque é que temos de responder a todas estas perguntas? Porque é que não vivemos simplesmente a nossa vida, aceitando o bom e o mau que ela nos dá, aceitando que nem sempre os planos se concretizam como gostaríamos?
Ao longo dos anos aprendi que as expectativas dos outros são isso mesmo: dos outros. Claro que há algumas com as quais me preocupo mas são poucas e de pessoas muito chegadas. Eu tenho as minhas próprias expectativas: quero a minha casinha pronta, quero arranjar um emprego, quero ser feliz o resto da vida. E já fico ansiosa para que elas se realizem por isso não preciso da pressão dos outros e das expectativas dos outros.
Há quem estranhe ver-me ainda por cá. Sei bem que há quem pense que já devo estar arrependida por ter deixado o meu emprego pois já estou há mais de 6 meses sem emprego. Há quem se pergunte como tenho o descaramento de andar tão bem e feliz, estando como estou. Bem, quem pensa assim....é porque não me interessa. Os verdadeiros amigos sabem porque ainda estou cá, sabem o que se passa na minha vida, sabem as minhas razões, dúvidas e anseios. Os outros? Lol, os outros que vivam a vida deles e criem expectativas para eles. Eu já tenho as minhas, obrigado. :)

2 comentários:

  1. Há gente que fica mais chateada com as minhas cirscunstancias do que eu!

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  2. No meu caso há simplesmente quem não compreenda e crie as próprias teorias e explicações. =P

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Digam-me coisas. :)