1.1.13

2012-2013


Este ano não foi mau, mas estou cansada dele. Não gosto de dizer que os anos foram maus só porque consigo encontrar três ou quatro coisas más, quando na verdade se pensar bem também consigo encontrar uma série de coisas boas. Por isso, digo que 2012 não foi um mau ano. Foi simplesmente um ano cansativo. Foi um ano que deixei o meu emprego. E este seria um ponto positivo se não me tivesse visto sem trabalho e longe dos amigos que fiz. Como diz a minha mãe, sem os conhecer: "Olha que fizeste ali um grupinho jeitoso de amigos." Pois fiz, e só eu sei o que me custou deixar de estar todos os dias com eles. Ao fim destes meses todos ainda sinto o coração apertadinho. Foi o ano em que encontrámos o apartamento que achámos ideal para começar uma vida a dois. Foi um ano de obras e mais obras, espera e mais espera. Foi um ano onde se começou a realizar aquilo que antes não passava de um sonho (e só por isso este ano seria um ano espectacular). Foi um ano que terminou com os meus três avós vivos (um pouquito mais surdos, mas que o único mal seja este). Foi um ano em que me mudei de vez para França (se bem que ainda não baixou em mim a ideia de que é mesmo de vez). Foi um ano em que, com ele, passei por momentos em que não via as coisas a avançar para desespero e cansaço nossos. Foi um ano em que a minha mãe foi operada. Foi um ano em que o meu irmão foi operado. Foi um ano em que se suspeitou que eu tivesse um tumor cerebral ou esclerose múltipla. Foi um ano que terminou com os três a recuperar física e mentalmente das doenças e dos sustos. Foi um ano em que se já achava que muito devia à minha irmã de coração, então agora muito mais sinto que lhe devo pois graças a ela foi-me devolvida (a mim e, mais importante ainda, à minha família) paz de espírito com um possível diagnóstico para aquilo que tenho. Foi um ano em que passei pela primeira vez o Natal com ele e com a minha família. Foi um ano em que lhe disse finalmente que agora somos os dois uma família. Foi um ano em que duas amigas defenderam os seus doutoramentos (e quem me dera ter estado na segunda defesa...). Foi um ano em que lhe dei (a ele, ao amor da minha da vida) algumas das piores notícias (ou suspeitas) por telefone, em que o convenci que não valia a pena apanhar o primeiro avião para cá, em que o vi a lidar com tudo à distância (e não é fácil, acreditem). Foi um ano que me abriu os olhos para muita coisa. Não foi realmente um ano mau, mas foi cansativo.

Por isso, 2013 cá te aguardo. Gostava que me trouxesses um emprego mas sinceramente o que te peço mesmo, mesmo, mesmo é saúde. Preciso de um 2013 pacífico e sem sustos, sem médicos, hospitais, cirurgias. Não quero saber do estado, da roubalheira, dos impostos, da crise. Quero saúde. E é só. O resto desenrasco-me eu, obrigado.


3 comentários:

  1. Gostei tanto deste texto! É muito teu.

    Desejo-te aquilo que pedes. A ti e aos teus. Desejo do fundo do coração! É que já tenho cabelos brancos que cheguem, não preciso de ganhar mais à tua custa! É só por isso... :P

    Tu vais ver, vai ser um ano bom! Tenho a certeza :)

    Beijinho gigante

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  2. Feliz 2013, cheio de coisinhas boas :) *

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  3. Passaste 2012 à espera mas em 2013 vais dar vida a uma realidade. Vai ser um mundo novo, a concretização de um sonho. Estou a torcer por voces. Tenho uma veia romantica (influencias da Disney) que me faz elevar o amor dos outros. Força para voces e muita paz para o vosso futuro lar.

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