24.3.13

Aprendizagens ao longo da vida


Nos últimos anos tenho aprendido muito, quer a nível profissional quer a nível pessoal. Sei que aos 28 anos ainda temos muito para viver, ainda temos certezas absolutas que nos farão revirar os olhos quando tivermos 50 anos, que ainda somos umas crianças para os nossos avós e que ainda vamos ter muitas lições de vida, mas se ao chegar quase aos trintas sentirmos que ainda não aprendemos nada então alguma coisa está errada. E se há cerca de 5 anos aprendi que as coisas nem sempre correm bem mesmo que façamos tudo bem (e esta foi uma bela chapada da vida), que viver sossegada no meu canto não me afastava dos problemas e por isso mais valia soltar-me mais, e que a sanidade mental é mais importante de que muitas outras facetas da nossa vida,  nos últimos anos aprendi três coisas importantes:

1. Aprendi a dizer que não.  E acreditem que não é fácil, aliás ainda não digo que não o suficiente, mas para lá caminho. Aprendi que se temos razão, temos de bater com o pé no chão (escusa de ser literalmente) e fazermo-nos ouvir. Aprendi que tenho uma voz e que a devo utilizar, porque quando não o faço os outros aproveitam-se e lideram a minha vida, dispondo dela como bem lhes apetecesse, coordenando os meus horários, as minhas companhias, as minhas tarefas, a minha felicidade. A vida é minha, quem manda nela sou eu. Da mesma forma, deixei de lutar pelos outros. Se quem está ao meu lado tem um problema e quer lutar por ele, eu luto também. Mas não vou lutar sozinha enquanto ao meu lado o dono do problema fica de braços cruzados.

2. Meti na cabeça que os amigos são diferentes e que se formos realmente amigos essas diferenças são aceites sem levantar problemas. Um amigo que nos liga uma vez num mês não é menos amigo que um que nos liga todas as semanas. Muitas vezes tem apenas menos disponibilidade. Eu própria não falo com os amigos todos da mesma maneira (e bem que se pode queixar a minha mana de coração porque de todas as amigas se calhar com ela é com quem menos falo - mas se precisares, sabes que vou a correr, não sabes?? :)), simplesmente porque as coisas assim acontecem. Claro que agora que estou longe não estou tão disponível para os meus amigos como outras pessoas que vivem ali ao pé deles, mas isso não faz com que goste menos deles, com que não penses neles, com que não seja amiga deles, mesmo que seja uma amiga à distância. 

3. Deixei de dar importância a certas coisas, deixei de me chatear com certas coisas, vivo a minha vida mais independente da vida dos outros. Se há quem queira chatear-se comigo sem razão que se chateie, não vou perder as minhas horas de sono a tentar resolver problemas e macaquinhos que existem na cabeça dos outros. Deixei também de tratar as coisas com paninhos quentes, deixei de ser tão politicamente correcta no que toca a mim, não estou para ouvir certas coisas e começo a dizê-las, com tacto mas directamente. Fartei-me de apanhar com bocas que não me serviam e mesmo assim ficar calada. E cansei-me de quem me cobra coisas (principalmente tempo e atenção). E se é verdade que estou aqui para os meus amigos, se compreendo a sua falta de disponibilidade, tenho a sensação que se algum dia voltar a ouvir algo como "se fosses mesmo amiga, ligavas-me mais vezes" (ou algo do género) a pessoa receberá como resposta um bela asneira e uma bela ausência da minha parte. Deixei de não fazer coisas (ou fazer) a pensar no que vão dizer os outros. E Deus sabe como isto é libertador. :) A sensação de que quem é importante ficará ali, e que quem não é...não nos interessa o que pensa e o que faz. :)

Enfim, foi o que aprendi. Se calhar daqui a uns anos leio isto e vou pensar "Ui, tão tenrinha, achavas tu que já fazias muito na altura" ou "Enfim, que ideias tolas que tinha na altura", mas por agora, aos 28 anos sinto-me diferente da Tété dos 20, e se essa diferença está na segurança com que lido a minha vida, então não me parece que esteja a ir mal.:)

5 comentários:

  1. A idade trás afirmação e segurança, com o tempo ficarás ainda melhor.

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  2. Tenho menos um aninho e revi-me em alguns aspectos.

    :)*

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  3. Provavelmente foi essa a atitude que a minha ex-namorada decidiu adoptar e eu sendo bem mais novo, não percebi.

    PA.

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  4. P.A., pois, não sei. Com tudo o que aprendi nos últimos anos, o meu namoro não sofreu nada. A minha postura com a vida não atrapalha a minha relação porque não tenho ao meu lado alguém que se chateia comigo sem razão, ou que me tenta controlar, ou que me faz chantagem emocional cobrando-me tempo e atenção. Por isso não senti necessidade de mudar a pessoa que tenho ao meu lado, pois a sua personalidade encaixa nas diferentes posturas que tenho adoptado nos últimos anos.

    Não sei que razões é que a sua namorada que lhe deu para terminar consigo, nem sei que tipo de namorado é o PA, mas o fim da relação pode ter sido outro. Ou então até foi este (mesmo com tudo o que aprendi, acho que um homem mais velho se calhar não me aturaria e esperaria outra postura de vida que ainda não tenho). :)

    Se calhar o PA vai aprender coisas nos próximos anos que o farão olhar para trás e pensar "Ah, por isso é que aquela relação não funcionou!". :)

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Digam-me coisas. :)