O dia 1 de Abril de 2012 foi o meu primeiro dia como desempregada, depois de uns anitos a trabalhar. Fez por isso agora um ano que estou parada e isso, para alguém como eu, faz uma certa confusão. A ausência de dinheiro a entrar na conta é um dos factores importantes. Quando trabalhamos desenvolvemos um certo grau de independência que nos custa muito deixar de ter. Eu ainda me estou a governar com as minhas poupanças, mas estão estão basicamente no fim, e eu sei que dentro de alguns meses terei de começar a servir-me do ordenado do meu rapaz para as compras cá de casa. E muito que goste dele e saiba que isto faz parte da vida de um casal (até porque se a situação fosse contrária, comigo a trabalhar ele desempregado, tal não me faria qualquer confusão) servir-me do dinheiro de outra pessoa ainda me traz uma certa comichão. E depois, é a ausência de trabalho. Não que eu passe os meus dias no sofá a olhar para o relógio, a ver se o tempo passa mais depressa. Felizmente entretenho-me bem, entre a casa e os meus passatempos, mas aquela sensação de que somos melhores do isto não nos sai da cabeça. Não querendo ser convencida, eu tenho noção que sou uma pessoa inteligente, com capacidades, que aprendo rápido e que tenho qualidades que me tornam numa boa trabalhadora. E eu gosto de me sentir uma boa trabalhadora. Ora, esfregar o chão e cozinhar todas as noites não me trazem esta sensação. Sentir que o meu cérebro está parado em vez de fervilhar de ideias, de organização, de planos, custa. Mas nada nos resta senão continuar a procurar, a enviar currículos. E se há dias em que mando um currículo, outros em que não mando nenhum, outros em que mando dois ou três, é em dias como hoje, em que mando dez currículos, que fico com esperança que pelo menos um deles chame a atenção de alguém.
Frustrante, compreendo.
ResponderEliminarmuuita sorte!vai correr td bem! :)
ResponderEliminarOra bolas! Entendo-te bem! Ter de pedir dinheiro ao namorado até para tomar café dilacera. Boa sorte!
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