25.3.21

Atendimento ao público

Há uns meses fiz uma compra on-line numa cadeia de lojas de roupa onde ia amiúde com a Mini-Tété quando ainda estávamos as duas por casa nos seus primeiros anos de vida. Uma vez que as lojas estavam fechadas, havia apenas a possibilidade de ir levantar a encomenda à porta de loja, coisa que fiz. Ainda estava a atravessar a rua quando da loja sai uma funcionária claramente entusiasmada por me ver dizendo alto e alegremente "Madame C!". Fez-me uma festa, perguntou-me como estava, ai que contente que tinha ficado ao ver-me, que ainda bem que tinha comprado, se estava tudo bem de saúde, volte sempre, ai que gosto em a ter visto. Entrei no carro com a minha encomenda, meio abananada e a pensar que provavelmente me tinha confundido com alguém. Não sou mal-educada mas também não sou a pessoa mais social do mundo nem do tipo de pôr conversa com as funcionárias das lojas, pelo que acho sempre que nem devem reparar em mim.

Meses mais tarde, nova encomenda mas desta vez as lojas estavam abertas e perante alguma dificuldade em perceber se haveria uma fila específica para o levantamento de encomendas, dirigi-me a uma funcionária para perguntar. Era a mesma. Novamente uma festa! "Ora essa, Madame C, dou-lhe já a sua encomenda! Como tem passado, Madame C? Siga-me, por favor, Madame C. Tomei a liberdade de já ter introduzido os dados do seu cartão de loja por isso agora é só pagar, Madame C.". Não sabia se havia de rir com o meu apelido dito tantas vezes ou com a evidente alegria da senhora ou se me escondia atrás de uns cabides por ter outras clientes curiosas por saber quem seria a Madame C. que suscitava tal reacção. 

Ontem tive de ligar para a loja para marcar uma hora para poder levantar uma nova encomenda (lojas fechadas novamente e tal...) e apanhei a mesma funcionária. Novamente uma festa, "Que prazer falar consigo Madame C, venha então a essa hora, cá a espero, até amanhã então Madame C". Hoje, à hora combinada lá estava eu mas desta vez, despois da festa por me ver e de dois minutos de conversa, convidou-me a entrar. Entrei na loja vazia, de portas fechadas ao público e diz-me ela: Já aqui tenho a sua encomenda Madame C, mas esteja à vontade, tem a loja só para si, pode ir ver tudo o que quiser. Admirada, expliquei que estava na hora do almoço, que não tinha muito tempo mas que agradecia a simpatia. Retribuiu-me com um "Compreendo, Madame C, mas já sabe, se um dia quiser vir aqui fazer as suas compras, ligue, marcamos uma hora e terá a loja só para si como hoje, caso precise de alguma coisa para si ou para a sua menina".

Acredito que faça isto com todas as clientes, não sou especial nem deixo ali rios de dinheiro (estas encomendas por exemplo foram todas de artigos com boas promoções), não sou um poço de simpatia nem extremamente sociável, mas como disse ao Jack, sinto-me sempre com se tivesse ido à Louis Vuitton nos Campos Elísios e venho sempre de lá meio abananada e com um sorriso na cara. :)

2 comentários:

  1. É bom quando somos bem tratadas, embora as vezes em alguns casos exageram um bocadinho, mas dá para entender a crise e tal e mais vale agradar a cliente e mantê-la "nossa" do que ela vá para a concorrência ;)

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  2. Ahahahahahah!! Como será quando a pandemia passar? :) Andamos todos tão carentes de vida social que até eu falo com as pessoas no elevador, na padaria...até comento em blogs! :):)
    beijinhos

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Digam-me coisas. :)