5.6.13

6 meses


Faz hoje seis meses (que engraçado, também calhou a uma terça-feira) que acordámos pela primeira vez no nosso apartamento e iniciámos formalmente a nossa vida a dois numa casa. Receios havia alguns, porque afinal de contas ouvem-se histórias de casais que são a personificação do Romeu e da Julieta antes de juntarem os trapinhos, e depois de juntos acabam como candidatos a "assassino do século". Além do mais gosto muito da minha loiça (pintada pela minha avó) e já estava a ver os pratos a voarem em todas as direcções. A verdade é que nós somos um casal pouco dado a confusões, não levantamos a voz um ao outro, não fazemos cenas em público (porque eu sigo a máxima do "não dou espectáculo, e se um dia der é porque vou cobrar bilhetes"), conversamos sobre tudo e assim se passaram oito anos sem dar por ela. Mas um facto importante é que os últimos 3 anos da relação foram em países diferentes e isso poderia ter-nos feito crescer em direcções opostas, coisa que só descobriríamos quando estivéssemos debaixo do mesmo tecto. Acresce-se a isto o receio da maior parte dos casais: a nossa educação em casa é diferente (na minha família há a partilha de tarefas entre homens e mulheres, já na dele as coisas não se passam assim), eu já tinha vivido sozinha e estava muito habituada a ter tudo ao meu gosto e ao meu jeito, ele habituado às suas rotinas por cá, eu a ter de criar novas, e com tudo isto uma pessoa pergunta-se: e será que nos vamos entender, e será que ele não vai achar que eu sou criada dele, e será que vou ter de levar  com comparações com a mãe dele, e será que vou ter de lhe mandar um par de berros para ele se levantar do sofá, e será que....uma série de coisas. Dizem que os primeiros meses de uma vida conjunta são os piores porque é a adaptação, e era esse o meu receio. Por outro lado, às vezes acho que os primeiros meses são uma espécie de "lua-de-mel" e que só depois surgem os problemas.
Por cá as coisas têm-se passado bem. É de facto uma adaptação, mas quero acreditar que quando nos juntamos a alguém porque queremos e quando já o conhecemos bem, não há surpresas. Eu já conheço o feitio dele, ele já conheço meu, e ambos sabemos que numa relação há cedências, e sobretudo (muito importante) odiamos discutir por coisas pequenas. Um exemplo bem simples: a nossa maneira de fazer a cama é diferente. A última a levantar-se sou eu (pobre de mim estar desempregada e levantar-me às 5h da manhã....), por isso sou eu quem faz a cama. Ao meu jeito. E ele aceita. Quando for ele a levantar-se mais tarde, faz ele ao jeito dele. Nada de discussões por uma coisa tão parva como fazer uma cama. Sendo sincera, não vi nestes seis meses grandes razões para discussões. Claro que por exemplo a partilha de tarefas podia ter trazido problemas, mas lá está: namoramos há 8 anos, por isso não há surpresas. O Jack sabia bem que quando viesse morar comigo eu não seria a "dona-de-casa perfeita" (até porque nem tenho feitio para isso) e quereria as tarefas partilhadas. Ouviu-me falar disto durante anos por isso não se juntou a mim ao engano, achando que eu trataria de tudo com um sorriso na cara e sem um queixume. Claro que há coisas nos dois que não agradam e têm de ser trabalhadas (esta mania que os homens têm de ir buscar qualquer coisa e não conseguirem voltar a colocar no mesmo sítio, é algo que me transcende; já a minha incapacidade em cozinhar carne de vaca também o faz revirar os olhos), mas lá está: para quê discutir? Conversa-se e isto com jeito vai lá. Somos pessoas diferentes, qual é a surpresa?
Foram sem dúvida seis meses muito bons e é bom sentir que numa vida debaixo do mesmo tecto continuamos a seguir as regras nas quais apoiámos sempre o nosso namoro. E é bom sentir que este Jack é o mesmo Jack de sempre, que continua a superar as minhas expectativas e sentir que ao lado dele as coisas não têm outro remédio senão correr muito bem. :)

P.s. Eu comecei a escrever o texto na terça, mas só o acabei na quarta. A culpa não é minha.:)

7 comentários:

  1. Estar feliz é meio caminho andado para fazeres feliz quem está ao teu lado.
    Continuação de um feliz "namoro"

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  2. Estão felizes, isso sim é o que importa.

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  3. Amiga da onça, uma das minhas características que sempre fascinou o Jack foi o facto de viver convencida que tenho de ser feliz. E ele sabe que se algo não me faz feliz, mudo essa coisa sem problemas. Por isso ele sabe que enquanto eu me sentir feliz ao lado dele, não há nada a temer. :)

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  4. Quero tanto ser como tu xD
    Nós ainda não estamos juntos porque ele tem um quarto alugado e eu estou em casa de familiares mas ou vou eu dormir com ele ou vem ele cá...^^ só que não é o mesmo, e apesar de 6 anos de namoro sei que nao tenho um feitio facil e tenho medo que depois nao resulte :/
    Continuem assim ;) muitas felicidades *

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  5. Angie :)

    Sim, essa rotina não é a mesma coisa que viver junto. :) Eu ia todos os anos de férias uma semana com ele e corria super-bem, mas lá está, não tomava isso como exemplo de que tudo iria correr bem quando ficássemos efectivamente a viver debaixo do mesmo tecto. :)

    A questão que te ponho é a seguinte: se sabes que não tens um feitio fácil, porque não tentas mudar? :) Além de que vá, se ele já está contigo há 6 anos é porque ele vê em ti muito mais do que mau feitio, e consegue lidar com ele. ;) Vão falando do futuro, vão falando do que acham que pode trazer problemas e assim já vão resolvendo coisas ainda antes de elas acontecerem. :)

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  6. Hum, eu ainda não vivo sozinha e já gosto tanto das coisas ao meu jeito... eheheh Às vezes dou por mim a tentar influenciar os outros a fazerem as coisas como eu faço ihih Mas não sou tirana, por isso talvez ainda haja um nico de esperança para mim :P

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  7. E vocês são mesmo um casal especial :)

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Digam-me coisas. :)