21.6.13

A greve dos professores

O quê? Só agora vais falar disso? Pois, já se sabe que neste blog os assuntos são abordados com dias de atraso. Não sou pessoa de andar sempre em cima do acontecimento e gosto de deixar amadurecer as minhas ideias. Neste caso, estas continuam iguais às que tinha ainda antes da greve acontecer, ou seja, acho mal a greve ter sido feita em dia de exame nacional.

Não digo que os professores não tenham direito a fazer greve, que não tenham direito a lutar por melhores condições ou a exigir o que quiserem, mas são professores. E se são professores, a sua principal prioridade são os alunos. Sentiria o mesmo se tivessem sido os condutores de autocarros a fazer greve nesse dia, impossibilitando alguns alunos (sem possibilidade de usar outros transportes) a chegar às escolas. E se já acharia mau condutores de autocarro (cuja prioridade não são os alunos) fazerem greve em dia de exame, acho terrível serem professores a fazê-lo. 

E aquele argumento de que o Ministério da Educação podia ter trocado a data do exame não me convence. O exame estava marcado e a greve foi marcada para esse dia com más intenções. Inteligente teria sido aperceberem-se disso e remarcarem a greve para outro dia em vez de virem para a televisão dizer que a culpa dos alunos não terem fazerem o exame é a casmurrice do Ministério da Educação por não mudar a data.

Mais, não entendo os professores que aderiram a esta greve. Greves há muitas mas não é preciso concordar com todas as elas. E por muito boas que fossem as razões para esta greve, havia uma difícil de aceitar: a greve era em dia de exame nacional. Eu nunca fiz greve na minha profissão, mas enquanto estudante passaram por mim muitas greves estudantis. E eu bem lembro de no secundário ter sido a única (sim, a única) pessoa da minha turma a entrar na escola, para ter aulas, em dia de greve. Já não me lembro dos motivos da greve, mas lembro-me de concordar com todos eles. Menos com um. E por não concordar com aquele ponto, recusei-me a fazer greve lutando por aquele motivo.

Já não estudante. Felizmente já não tenho mais exames nacionais a fazer. Nunca fui contra as greves dos professores. Mas se, quando fiz os meus exames, os meus professores se tivessem lembrando de descurar o seu papel (aumentando ainda mais os níveis de ansiedade e preocupação daqueles que estudam já ansiosos e preocupados para estes exames) e não me tivessem permitido fazer o exame para o qual estudei e o qual contava fazer naquele dia, ter-lhes-ia perdido muito o respeito que lhes tinha. Porque, para mim, eu e os restantes alunos que ali estávamos para fazer o exame seríamos importantes o suficiente para aquela greve ser esquecida naquele dia.

2 comentários:

  1. Concordo com tudo :) (menos com o "Ministério Público", não sei como é aí mas aqui é o da Educação :P ) acabei por fazer exame dia 17, mas criaram cá uma situação a tantos alunos...

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  2. Infinitiva

    Tens toda a razão! Não sei em que estava eu a pensar para escrever Ministério Público. =S Já está corrigido, obrigado pelo aviso! =)

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