25.8.13

A Amaldiçoada e o Curandeiro


Há cerca de dois anos e meio mudei-me para um apartamento alugado, passando a viver pela primeira vez sozinha (nada de pais e nada de colegas de apartamento). A senhoria muito simpática e notoriamente um pouco inocente, deixou à minha guarda 3 plantas. Ora, se eu que não me entendo com plantas e achei tal responsabilidade demasiado pesada para os meus ombros, vi-me soterrada debaixo de um elefante de responsabilidade quando soube que as ditas tinham nomes e tudo. Já me imaginava a entregar as chaves do apartamento daí a uns anos com a triste notícia que a Maria Alberta, a Marianinha e a Josefina (não me lembro dos nomes, mas estes parecem-me bem) tinham sucumbido a uma qualquer doença rara. Devo ter feito uma tal cara de terror que a senhoria me garantiu que já vários inquilinos tinham tomado conta delas e que até agora nada lhes tinha acontecido, pelo que eram resistentes e não haveria razões de preocupação. Bastava que as regasse de vez em quando e elas manter-se-iam vivas.

Estão a imaginar o que aconteceu, certo? Passado um mês, uma das plantas (um cacto, logo um cacto!) morreu. Mas morreu mesmo. Uma noite estava bem, alto e direito, na manhã seguinte tombava sobre o vaso, murcho e mole. As restantes plantas sobreviveram, Deus sabe como. Às vezes passavam ali por períodos em que eu já as via a entrar em coma, mas geralmente o Jack fazia uma visita e lá as voltava a trazer à vida. Por todas estas razões, meti na cabeça que nem pensar em ter plantas na nossa actual casa. Gosto imenso de as ver, acho que dão outro ar à casa, mas não queria transformar a minha casa num local de plantas moribundas. Quem não conhecia a história da planta assassinada da senhoria, dizia-me "Compra um cacto! Os cactos são óptimos para quem tem medo de matar plantas. Sobrevivem a tudo!". Pois, não, nas minhas mãos nem um cacto sobrevive.

Mas no casamento a que fomos este Verão, os noivos ofereceram aos convidados um pequeno cacto (sendo a noiva florista a ideia era gira). O Jack arrebanhou os cactos oferecidos às mulheres da família e declarou que aqueles três cactos passariam a viver na nossa casa. Com a condição, claro, que eu não lhes tocasse. E assim, vieram os três pequenos cactos connosco para França. Neste momento, estão os três na cozinha, um já praticamente morto, um a entrar em coma e o terceiro a tentar seguir o mesmo caminho dos outros dois. O Jack bem os anda a tentar salvar, mas eu acredito que 20h enfiados num carro não tenha sido o melhor para as plantas. De qualquer forma, eu nem lhes toco. E mal olho para eles, não vá esta minha maldição actuar só com um olhar.

5 comentários:

  1. Ahahaha eu sou igual. Admiro a capacidade da minha mãe, de ter um espaço cheio de plantas vivaças e bonitas. Eu consegui matar um cacto e um bonsai lol

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  2. Ahahahah, um bonsai ainda não tentei. =P O Jack também quer arranjar um mas sinto que desse nem vou ter permissão de me aproximar a menos de um metro. =P

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  3. Infinitiva,

    Já ouvi dizer. Estou mesmo a ver (quando tivermos um) que vai desta para melhor mal eu dê um espirro. Penso que para mim as melhores plantas serão....as de plástico. :)

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Digam-me coisas. :)