20.5.21

Vacinada

No sábado, fui vacinada contra a Covid-19 e correu tudo lindamente. Achei tudo muito organizado, as pessoas extremamente simpáticas e não achei a administração nada dolorosa (e eu sou piegas, muito piegas; namorava com o Jack há pouquíssimo tempo quando fui levar uma vacina e tiveram de o ir chamar à sala de espera porque eu estava a ficar braaaanca e eles queriam que ele me acalmasse para poder ser vacinada). Tive alguns efeitos secundários, nada dramáticos e que foram a prova que não me injectaram apenas soro fisiológico, o que é um descanso, verdade seja dita. :) Alguma febre baixa, uma sensação de estar a chocar uma virose qualquer e, o mais chato, umas moínhas nas articulações que ainda demoraram uns 4 dias a desaparecer. 
Achei que ia estar nervosa na véspera e no dia da vacina (piegas, lembram-se?) mas acabei por estar muitíssimo descontraída, muito mais do que eu esperava, até ao momento em que cheguei ao carro depois de sair do centro de vacinação. E aí desabei em lágrimas. E chorei o caminho todo até casa (ainda são uns 20 minutos de carro...), numa mistura de sentimentos que ainda hoje tenho dificuldade em verbalizar. 
Chorei de alívio, por finalmente ter chegado o momento de ser vacinada, por ter conseguido chegar aqui sem ter apanhado Covid, por não me ter dado uma coisinha má após a toma da vacina (juntem "historial familiar de alergias a medicamentos" + "alergias várias de origem desconhecida" e uma pessoa não vai 100% confiante). Chorei de alívio por finalmente poder ir a Portugal sem tantos receios de apanhar este vírus, por a família também estar a ser toda vacinada nesta altura o que nos traz a todos uma segurança maior. E chorei ao pensar em tanta gente que já morreu porque teve o azar de ficar doente antes de apanharem esta vacina, chorei ao pensar em tanta gente que ficou sem pais, mães, irmãos, avós, pessoas que se tivessem escapado mais um mês, dois meses, seriam vacinadas e poderiam ter outro fim. Chorei por todas as pessoas que passaram pelos serviços de reanimação, do medo que tiveram, do medo que as famílias tiveram por eles. Chorei por a vida de tanta gente ter sido afectada por este vírus (negócios, planos de vida, tratamentos para doenças...).
E chorei. Porque não acho que o mundo precisasse disto para mudar para melhor (porque não mudou) e porque eu não precisava disto para dar valor ao que tinha, aos meus, para rever prioridades. Não precisava de nada disto e o último ano teve momentos bem difíceis para os quais começo, agora, a ver a luz ao fundo do túnel. 
Depois foi chegar a casa, secar as lágrimas, tirar o adesivo (porque a pessoa às vezes faz reacção à cola destes adesivos....), esperar que a Mini-Tété acordasse para a encher de beijos e pensar, mais uma vez, que temos muita sorte.:)

1 comentário:

  1. Um beijinho enorme. Sei o que sentes, senti o mesmo. Chorei de alívio por mim e de tristeza pelos outros.

    Um beijinho Teté!

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