12.6.14

Considerações finais II

Eu sou uma pessoa ansiosa, nervosinha, dada a insónias, crises de ansiedade e negativismos quando assim tem de ser, embora admita que nos últimos anos ande a fazer o esforço hérculo de me acalmar um pouco (isto está tudo dentro da nossa cabeça, certo?). Ao longo deste noivado tive os meus pais a estranhar tanta calma (vá, o noivo ainda aguentou alguns picos de stress, mas não ando assim tão calma que o cancelamento da quinta a três meses do casamento não mexa comigo) e dei por mim a dizer várias vezes "Bem, isto é só um casamento", frase que os deixavam ainda mais espantados. Já aqui referi que não vivi a minha vida à espera deste dia, que não preparei o casamento carregada de expectativas, não planeei tudo para ter o casamento perfeito mas sim um casamento de que eu gostasse. Eu sei que há quem sonhe com este dia e comece a planeá-lo ainda antes de ficar noiva ou cujos noivados duram dois anos porque acham que há muita coisa a tratar, mas confesso que até eu fico aflita quando leio nos fóruns (hei-de fazer um post sobre eles) pedidos de ajuda urgentes porque não estão a encontrar o vestido de noiva e já só falta...um e meio para o casamento. Ou noivas que seis meses antes já têm tudo menos ideias para o bouquet e estão aflitas porque o tempo escasseia. O problema destes fóruns é que alguém que seja um pouco menos relaxado e que três meses antes do casamento se lembre de ainda andar à procura de um fotógrafo, é alvo de não sei quantas críticas e avisos de que já não vai encontrar, que vai estar tudo ocupado. É preciso respirar fundo e relativizar as coisas. Se uma noiva quer uma carruagem cor-de-rosa com um cavalo pintado de cor-de-rosa, acho muito bem que procure, mas é preciso ver se vale a pena achar que o casamento vai ficar estragado caso não encontre. É só uma carruagem e um cavalo. No meu caso, era importante para mim que o carro do meu avô me levasse, e que fosse o meu avô a conduzir. Mas avisei logo: se algo acontecesse (o carro não pegar, por exemplo), não queria histerismos. Preferia mil vezes que, a acontecer algo de errado, que fosse o carro a falhar e não a presença dos meus avós. Esses sim eram importantes. E a família. E os amigos. E o noivo. São as pessoas que fazem o casamento. E eu podia ter casado com um lençol branco, o noivo de t-shirt e jeans, no quintal dos meus avós (hipótese estudada caso não se encontrasse alguma quinta, depois do cancelamento da primeira), com frango do churrasco como refeição que teria sido um casamento giro na mesma. É normal que se procure viver o dia como se quer (e nalguns casos, que sempre se sonhou), mas é bom que se relativize a importância dada às coisas. E é normal que se queira que o dia corra bem, mas sinceramente, porque é que não há-de correr? É só um casamento. :)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Digam-me coisas. :)