11.9.14

Aventuras e Desventuras de uma noite de jazz

Ontem lá fomos a caminho do centro de Paris onde tínhamos de estar às 20h30. Íamos com tempo para procurarmos estacionamento tranquilamente mas não contávamos apanhar trânsito a caminho de Paris àquela hora (começo a concordar com o Jack que neste momento para entrar e sair de Paris há trânsito 24h por dia). Lá nos vimos assim, parados no meio de outros carros, a ver o tempo passar. Quando chegámos à zona do concerto, estávamos em cima da hora e obviamente não havia estacionamento. Procurámos, procurámos, os minutos não paravam, começámos a afastarmo-nos da zona e encontrámos um dos parques subterrâneos de Paris. Toca a estacionar e, com o telemóvel a fazer de GPS pois tínhamos perdido a noção de onde estávamos, fomos a correr para o bar.

O concerto era intimista, numa sala ao fundo de um bar, com o tecto baixo e com um homem a empilhar literalmente cerca de 100 pessoas num espaço demasiado pequeno. Cadeiras colocadas lado a lado e ali ficava uma pessoa, a sentir-se uma sardinha, com os ombros e as ancas a tocar nos parceiros do lado e os joelhos bem próximos da cadeira da frente. Confesso que me senti um pouco claustrofóbica e o aumento da temperatura da sala devido a tanta gente não ajudou. O Jack gostou imenso do concerto, eu nem por isso uma vez que não conhecia a cantora nem as suas músicas, embora admita que tinha uma boa voz, algumas músicas eram bonitas e ela até cantou alguns registos diferentes. O baterista e o pianista entretiveram-se a improvisar e a picar-se um ao outro e a certa altura achei que o concerto estava a ser mais isto do que propriamente ela a cantar, o que para mim foi enfadonho. E ouvir uma francesa cantar "Garota de Ipanema" em inglês é meio estranho. Tínhamos achado que ao fim de uma hora estaria tudo acabado. Enganámo-nos. Ao fim de uma hora, a cantora faz uma pausa e diz que foi apenas a primeira parte. Julgo que houve quem mais pensasse como nós, pois durante o intervalo muita gente se foi embora, o que acabou por tornar a segunda parte mais agradável e menos ensardinhada. 

Claro que durante o intervalo tive de apanhar com um copo de vinho num casaco clarinho do qual gosto muito. Como é que eu vou tirar aquela nódoa???? 

Ao sairmos do concerto, começa  a segunda parte da aventura: não fazíamos a mínima ideia onde era o estacionamento. Durante a corrida para o bar, não tínhamos registado referências nem guardado a morada do estacionamento e não fazíamos qualquer ideia do nome deste. Usando mais uma vez o telemóvel, o Jack achou que tinha descoberto mais ou menos a zona de onde teríamos vindo e lá fomos nós, acabando por não o encontrar. Já passava da meia-noite e nós em pleno centro de Paris, com o carro estacionado algures, mas sem nos lembrarmos onde. Lindo....Por fim, depois de muito andar e procurar, lá encontrámos a entrada para o parque e pusemo-nos a caminho de casa. Não era cedo e para alguém que tem de acordar quase de madrugada, já era mais do que horas de estar em casa. Mas claro...a auto-estrada para nossa casa tinha de estar fechada. Aí olhei para o relógio e comecei a pensar que o Jack se arriscava a chegar a casa, largar-me e retomar o caminho para Paris para trabalhar, tal era o adiantado da hora. Conseguimos apanhar a auto-estrada aberta mais à frente e assim regressámos ao lar, doce lar, para dormir umas horinhas.


2 comentários:

Digam-me coisas. :)