24.11.14

Porque o amor é assim: tem fases.**

Quando começámos a planear o casamento ouvimos por diversas vezes "O casamento muda uma relação!". E nós olhávamos um para o outro surpreendidos com tal pronúncio e aguardámos calmamente a tal mudança. Pois, não houve. Aquilo que somos hoje é exactamente o mesmo que éramos antes do casamento, ao ponto de por vezes ainda nos tratarmos por "namorado" e "namorada". Obviamente para quem vê as suas rotinas alteradas, por muito tempo que já tenham passado juntos, o casamento é sempre um ponto de viragem. A saída de casa dos pais, a mudança para uma nova casa, o criar de novas rotinas, obviamente tudo isto faz uma nova relação. Mas quando se sai de casa para casar e se regressa a essa casa depois do casamento, com as rotinas já estabelecidas e a vida organizada, não há qualquer razão para que haja uma mudança. O casamento não foi um marco e uma mudança na nossa vida mas sim um passo que quisemos dar e comemorar com aqueles que nos são mais próximos. 

E não deixa de ser curioso que embora tenhamos casado apaixonados (óbvio!) e a lua-de-mel tenha sido em clima de romance (óbvio!) não estávamos naquele momento a viver a fase mais apaixonada da nossa vida. E eu percebi-me disso durante o noivado e encolhi os ombros porque se há coisa que esta relação de nove anos me ensinou é que mesmo estando constantemente apaixonados, há fases de maior demonstração e outras de menor. E é, para mim, impossível manter o mesmo grau de paixão o tempo todo. Ou porque estamos com mais trabalho, ou mais cansados, ou mais tristes, ou porque sentimos que precisamos de maior espaço individual, qualquer coisa nos faz de vez em quando dar menos atenção ao outro, por muito que ainda nos sintamos perdidamente apaixonados. E, coincidências das coincidências, o casamento calhou exactamente numa fase destas e felizmente nenhum de nós deu qualquer importância a isso porque sabíamos o quanto queríamos aquele dia, o quão felizes estávamos por aquele dia ir acontecer, o quanto gostávamos um do outro. E hoje voltei a pensar nisto porque agora, seis meses depois do casamento, andamos num claro clima de romance, de mais mimo e atenção. Se o casamento podia ter apanhado uma destas fases mais atenciosas? Podia, mas o casamento é apenas um dia e o que importa é o resto da vida em conjunto.*

* E se as nossas fases de menor romance forem sempre como a fase do casamento, não peço mais nada.

** Diz o Jack que às vezes sou muito prática nesta forma de analisar o amor. Talvez seja, mas acho que isso nos impede de viver dramas desnecessários. =P




Sem comentários:

Enviar um comentário

Digam-me coisas. :)