6.2.15

Juro que, horas depois, ainda sinto pena dele

Sempre disse ao Jack que se um dia ele decidisse levantar-me a mão e bater-me não haveria segundas hipóteses nem perdão para ninguém. Mereço mais, muito mais, que um homem que me perde o respeito e me decide magoar fisicamente e intencionalmente. E como na nossa relação, a regra aplicada a um é aplicada automaticamente ao outro (funcionamos muito bem na onda do "Não lhe fazer isto porque não gostaria que ela/ele mo fizesse"), sempre soube que seria impensável para ele permitir que um dia lhe desse um estalo. Até hoje. Ele sentado na cama, eu deitada mais a dormir do que acordada, e por uma qualquer regra do universo, alinhámos os nossos gestos: ele inclinou-se e eu fiz um arco com o braço para puxar o cobertor que me estava a deixar as costas destapadas. Só que a minha mão, no meio deste meu movimento rápido encontrou a cara dele e o som foi o de uma chapada autêntica. Julgo que me safo por não ter sido intencional (eu nem tinha os olhos abertos!). Mas já não posso dizer que nunca dei uma estalada ao meu marido.

1 comentário:

  1. Eu já "espanquei" o D* durante a noite, de forma intencional....

    A história remota ao início da nossa relação, há três anos. Na primeira vez que fui à casa da minha sogra, dormir duas de quatro noites no sofá, porque o meu querido namorado ressona, mas ressona de tal forma que é capaz de demolir uma casa. Numa das vezes seguintes em que fui com ele até casa dos pais, houve uma noite em que o roncar era demoníaco e, como estava um frio terrível, porque é Alentejo no inverno, ia dando-lhe toques para que ele se voltasse ou se calasse. Os suaves toques não resolveram o assunto; passei para abanões mais vigorosos, um ou outro pontapézinho nas pernas, rugi-lhe uma série de "Volta-te!". Fui possuída pelo monstro do "Quero dormir e o roncar dele não me deixa!". Mesmo de barriga para baixo ele roncava!!! Grrrrrrrr!
    De manhã, eu estava a dormitar enregelada na sala, e ele queixa-se de dores nas costas, nos braços, nas pernas. Quando olhou para mim, eu tinha um olhar possuído e olheiras marcadas; foi nesse dia que fomos à farmácia e eu comprei o meu primeiro par de tampões para os ouvidos.

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