Se eu não gostasse tanto do Jack, hoje teria sido daqueles dias em que ele teria acordado à pancada, mesmo que o coitado não tivesse directamente culpa. Não foi uma noite muito bem-dormida da minha parte e dalguma forma isso entrou no meu sonho, fazendo com que eu me imaginasse numa longa viagem de carro, sentindo-me muito cansada e tentando adormecer para descansar um pouco. O Jack, que ia ao meu lado, entretinha-se a espetar-me o dedo nos braços, nas pernas, a puxar-me o cabelo, a dar-me toques com os pés, a empurrar-me, a fazer-me cócegas, enfim, tudo o que se possa imaginar para que eu não conseguisse adormecer (nada típico dele). O meu estado de exaustão era tal que eu já berrava com ele (nada típico meu) para que ele parasse e me deixasse fechar os olhos só dois minutos. Mas quanto mais irritada eu ficava, mais ele insistia em manter-me acordada, fazendo-me chegar ao ponto em que a única coisa que me passava pela cabeça era bater-lhe. Imaginam por isso que quando o despertador tocou, eu tenha acordado com uma raiva imensa ao homem com quem casei que, nos meus sonhos, me estava a levar à loucura por cansaço. Ele felizmente não viu o olha assassino que lhe lancei mal abri os olhos e felizmente não me consegue ler os pensamentos porque admito que naquele momento estive em risco de me tornar viúva. E ele lá saiu para o trabalho sem sequer se ter apercebido do risco que a sua vida correu hoje de manhã. O desgraçado não tem culpa, que não tem, mas os nervos que me provocou em sonhos ainda estão bem gravados na memória.
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