20.7.15

O corpo

Seis meses de gravidez e a barriga continua a crescer. Tenho de admitir que não fui nem sou daquelas grávidas ansiosas por ver a barriga a crescer, sempre a ver-se ao espelho, a ver se hoje já está um bocadinho maior que ontem e desejosas de ter uma barriga que toda a gente visse. Suponho que o facto de ter começado a fazer uma barriga de grávida logo aos 2 meses de gravidez tenha contribuído para isto pois em vez de olhar para o espelho e pensar "Quando é que ela vai crescer?", olhava e pensava "Como é que já cresceu isto? Como é que vou esconder mais um mês?". Aliás, a sensação que predominou muito tempo na minha mente é que tinha perdido por completo o controlo do meu corpo e cada vez que apanhava o meu reflexo no espelho dava por mim espantada e não encantada com a barriga de grávida. Aos seis meses de gravidez exibo com orgulho a minha barriga de bebé, gosto de me ver com peças mais justas que largas que a evidenciem, mas continuo a surpreender-me ao espelho e continuo a dar por mim a olhar para a barriga e pensar "Como é que isto ficou assim de repente?". Acho que mentalmente estava mais preparada para ser daquelas mulheres a quem a barriga só aparece aos 5 meses de gravidez e para andar doida para que ela crescesse, do que para ouvir que vou fazer uma grande barriga, que a bebé vai ser grande (o que nem tem ligação obrigatória) e que estou gordinha. Esta última então faz-me ranger ligeiramente os dentes porque aos seis meses de gravidez encontro-me com o mesmo peso com que estava quando engravidei, continuo a calçar os mesmos sapatos, não me sinto inchada e a única coisa que efectivamente aumentou foi a barriga (e o peito, vá). E tenho pena das mulheres que engordam mais de vinte quilos na gravidez porque se eu tenho de ouvir isto, nem imagino aquilo pelo que elas devem passar. Em termos de mobilidade continuo na maior e na maior parte das vezes até me esqueço que estou grávida. Admito que ao levantar-me de sofás mais baixos ou fundos já me sinto um bocadinho uma tartaruga de patas para o ar mas também aqui se reflecte o meu cuidado em não querer fazer força com os abdominais. Continuo sem dores de costas (ainda bem) a não ser quando me levanto de manhã mas aqui pesa o facto de eu continuar a dormir que nem uma pedra durante oito ou dez horas e o corpo não achar piada estar tantas horas na mesma posição, o que me obriga a esticar-me e alongar-me um bocado quando me levanto e fico pronta para o novo dia. Disto não me posso efectivamente queixar. E a verdade é que é muito provavelmente devido ao facto de me sentir tão bem que sei já que vou sentir saudades de estar assim, grávida e com esta barriga. Mesmo que por vezes ainda sinta que o corpo deixou de me pertencer demasiado rápido e de me espantar com o reflexo no espelho.

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