3.10.15

Nós no meu dia de anos



Esta semana chegámos às 38 semanas e, embora a chegada às 37 semanas seja um marco por se deixar a prematuridade para trás, a chegada às 38 semanas não lhe fica atrás. Sempre soube que uma gravidez dura 40 semanas, mas na minha cabeça sempre achei que a maior parte dos bebés nasce às 38 semanas. Ideias com que uma pessoa fica de conversas que ouve e coisas que lê. Embora saiba agora que isto não corresponde propriamente à verdade (ainda mais no caso de um primeiro filho), não deixo de sentir aquele frio na barriga por saber que "está quase". 

Perguntava-me a minha mãe se não estou curiosa por ver a Pequena Melancia e ansiosa por esse momento. Não estou, pode soar estranho, mas não estou. É algo inevitável: eu vou conhecê-la, eu vou ver cada traço dela, eu vou ver-lhe os dedinhos todos, vou ouvi-la a chorar, e sabendo que isto vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, a ansiedade não existe (além de que sei que vou ter saudades de estar grávida, de a sentir a mexer).
Existe sim a ansiedade (vá, pânico puro) quanto ao parto, que tem aumentado a cada dia que passa e que só não atinge valores absurdos porque o meu estado de negação e pensamento de que ainda falta "muito tempo" até ter de passar por essa experiência me permitem não passar o tempo todo a pensar nisso. Por muito que leia testemunhos de partos facílimos, por muito que me tente convencer que vai correr bem, que vai ser bem menos difícil do que o cenário negro que eu imagino, a verdade é que o pânico está cá. Sempre foi um dos meus medos, sempre foi daquelas experiências pelas quais nunca fiz questão de passar, incomoda-me verdadeiramente saber que vou ter de passar por isto, que não há maneira de escapar, é como se me dissessem que vou ter de saltar de pára-quedas este mês, logo eu que tenho vertigens e morro medo de medo desses saltos. Preferia poder estalar os dedos e tcharã, aqui está a bebé, agora desenvencilhe-se a tomar conta dela. Mas não dá e por isso vou tendo os meus minutos de pânico de vez em quando ao pensar no parto, com vontade de dizer "não quero, não quero, não quero, não quero" e bater com o pé no chão numa clara atitude de birra. No resto do tempo, recuso-me a pensar nisso e vou apenas registando a gravidez na memória e com a máquina fotográfica.


7 comentários:

  1. Que bonita :)

    Quanto ao parto, não te posso dizer grande coisa porque ainda não passei por isso.. Mas calma :)

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  2. Leonor

    E graaaande. :)

    Eu quero mesmo acreditar que o parto vai ser mais fácil do que aquilo que imagino, mas de qualquer forma é daqueles medos que me acompanha desde muito cedo. Sempre soube que seria o medo principal um dia que tivesse filhos e durante muitos anos disse que só teria filhos se estes nascessem por cesariana. E mais vale assumir, mesmo para mim, que me borro de medo com o parto do que fingir que sou uma corajosa e que vai fácil. Assumindo acho que é mais fácil esforçar-me para controlar esse medo na hora. :)

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  3. Por acaso acho que penso um bocado como tu.

    Quando chegar o meu momento, vou ser uma segunda Tété. :p

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  4. Está quase. :) Mas, ela fez o que tu lhe pediste e não nasceu no "teu" dia. Vais ver que ela também vai colaborar na altura do parto.

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  5. Leonor

    Se as coisas forem mesmo mais fáceis do que penso, eu escrevo aqui. =P Sempre é capaz de ajudar a controlar mais os nervos.

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  6. Pink Stuff!

    É verdade, sim senhora, portou-se bem a cachopa. :) Mas acho que o parto é daquelas fobias que não se controla. É medo puro, daqueles medos que bloqueia e que nem me permite tentar visualizar a coisa para ver se me acalmo. Acho que no dia, as coisas vão ser mesmo vividas minuto a minuto, tentando estar calma naquele minuto, e depois no seguinte, e depois no seguinte....Se começo a pensar muito, o mais provável é entrar em pânico na hora e acho que isso é capaz de dificultar tudo. =P

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  7. Pateeeeeeetaaaaa! :P

    Vai correr bem ;)

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Digam-me coisas. :)