4.2.16

Eu não quero ficar igual a ele!!

Dizem que quantos mais anos os membros de um casal passam juntos, mais características um do outro vão apreendendo. Não faço questão que ele ganhe grande coisa da minha parte a não ser, talvez, o sentido de pontualidade. E da parte dele, fora o à-vontade que tem para resolver certas coisas, também não faria questão de muito mais. Mas infelizmente isto tanto dá para o bom como para o mau, e há coisas em que nos deveríamos mesmo manter diferentes. 
Eu sou aquele tipo de pessoa que acorda com a passagem de uma mosca lá fora, com o suspiro de um vizinho, com o bater das asas de uma borboleta; o Jack é aquele tipo de pessoa que se mantém a dormir mesmo se começassem a destruir uma parede ao lado dele, mesmo se entrasse uma banda de filarmónica com toda a pompa e circunstância, mesmo se o abano com toda a força. E os despertadores cá de casa são uma constante luta: para que ele acorde, têm de estar no som máximo (e a tocar para aí meia-hora antes de ele se sentir levemente incomodado com o barulho) o que me faz a mim acordar com a sensação que me entrou uma ambulância em marcha de emergência pelo quarto adentro; para estarem com o volume certo para mim, podem ficar a tocar o dia todo que o Jack nem mexe uma pestana porque não os ouve. O truque passa por ter os despertadores ao meu nível, acordar eu e aí ser eu a acordá-lo (o que não é fácil deixem-me que vos diga). 
Os telemóveis são outra luta: demorei anos a explicar ao Jack que lá porque ele não acorda quando o seu telemóvel toca com a recepção de mensagens, e-mails e notificações várias (fora as chamadas), eu acordo e por cada uma destas coisas o meu sono é interrompido. Nos dias de hoje, há noites em que se lembra de tirar o som ao telemóvel, outras não, e eu tenho de admitir que talvez fruto do cansaço estou menos sensível a estes barulhinhos.

Bom, esta noite o meu despertador tocou às 5:00. O dele às 5:05. O meu segundo despertador começou a tocar às 5:10. O segundo dele às 5:15. E nós sem acordarmos. Passado um pouco, o pai do Jack começa a ligar-lhe. Nenhum de nós se mexe. Duas horas e 45 minutos depois, o pai do Jack já em desespero, liga-me a mim (nunca, mas nunca o tinha feito). E nós sem acordarmos. Por esta altura o senhor convenceu-se que algo de grave tinha acontecido (toda a gente na família conhece a minha sensibilidade no sono) e continuou a insistir para o telemóvel do Jack. Meia-hora depois, eu acordo finalmente com o som do telemóvel e rapidamente acordo o Jack, que lá atende e descansa o pai, saltando logo da cama para ir trabalhar.

E no meio disto tudo não sei o que me incomoda mais: eu estar cada vez mais parecida com o Jack (nãããããããããããããooooooooooooooooooooooooooo) ou a Mini-Tété ter herdado o gene do sono do pai e também não ter acordado com todos estes barulhos.

3 comentários:

  1. Deixa lá, é a Mini-Teté a aprender a defender-se da barulheira que o "vizinho das obras" faz! ;)

    Joana

    ResponderEliminar
  2. Já estou como o anónimo :b a mini tete é que está com sorte... Vai aprender a ignorar o barulho do vizinho ahah

    ResponderEliminar

Digam-me coisas. :)