8.3.16

Eu não sou uma mãe superior. Sou apenas a mãe dela.

Sempre achei, ainda antes de engravidar, que provavelmente me tornaria naquele tipo de mãe que acha que "ela é que sabe", que compara os seus filhos com os dos outros, que vê tudo o que as outras mães fazem e mentalmente as recrimina pela asneira que estão a fazer e pensa que "nunca na vida" fará tal coisa. O facto de já ter ideias do que achava correcto e incorrecto na educação de uma criança e de mentalmente ter já estipuladas algumas regras e caminhos a seguir levava-me realmente a ter o receio de ver crescer em mim uma faceta de "mãe superior" que eu não queria de todo.

Quase cinco meses após a Mini-Tété nascer posso dizer que felizmente este receio não passou disso mesmo e que acabo por ser, nesse aspecto, um pouco o oposto daquilo que receava. Continuo a achar que eu é que sei (juntamente com o Jack) e que temos de ser nós a decidir sempre o que é o melhor para a nossa filha porque somos nós os pais e os responsáveis pela sua educação, mas isso não nos impede de ouvirmos os conselhos dos outros e até vermos como fazem os outros pais. Mas sinto que embora "eu é que saiba" o que é melhor para a nossa filha, não acho que "eu é que sei" o que é melhor para os filhos dos outros e por isso mentalmente nem opino nem recrimino. 
Em termos de comparação, felizmente acho que sou suficientemente lúcida para não embarcar nesse disparate. Cada bebé é diferente e faz as coisas ao seu ritmo. Se tivesse de apostar, diria que a Mini-Tété se sairá melhor e mais rapidamente na parte motora do que na linguística, mas no entanto nem acho que ela esteja a fazer o que quer que seja para além do suposto para a idade dela (bom, a não ser crescer, a minha pequena gigante). Não sendo cega, reparo obviamente naquilo que os bebés da mesma idade da Mini-Tété fazem e não fazem, mas as comparações acabam o seu raciocínio aqui sem passar para o campo do "Ah, a minha já faz isto. É bem melhor!!" ou "Bolas, ela ainda não faz aquilo. Será que tem algum problema??". A Mini-Tété fará tudo o que tem a fazer quando bem lhe apetecer. Eu não tenho pressa e não preciso que ela tenha.

Ainda assim, há coisas que fui e vou ouvindo acompanhadas da frase "Eu também pensava assim e agora, deixo-o fazer/faço assim/penso assim/etc". Admito perfeitamente que não vale de muito cuspir para o ar porque podemos apanhar com o que não queremos e que coisas como "Eu nunca farei isso!" são um risco de se dizer. Acho que até agora ainda não quebrei nenhuma das regras mentalmente criadas para os primeiros meses de vida da Mini-Tété e sei que há coisas que dificilmente farei, embora veja outras mães a fazê-lo. Não me incomoda, não penso que eu estou certa ou que elas estão erradas, simplesmente pensamos de maneira diferente e não havendo riscos para os filhos de ninguém, então não há problema. Recuso-me até a discutir ideias a este propósito pois acho que só faz com que alguém acabe por se sentir pior mãe. No meio de alguns conselhos de mães mais experientes, que às vezes dão muito jeito, também ouvimos coisas que já estão mais do que decididas que nunca faremos. Contudo isso não me impede de agradecer o conselho e dizer que vou pensar nele, ao invés de explicar que nem morta faria uma coisa daquelas, algo que antes deixava o Jack muito surpreendido achando mesmo que eu estava a considerar praticar o conselho em causa. Também já aconteceu vermos algo e olharmos um para o outro, comentando "Hum, nós não fazemos aquilo, certo?", e estando os dois de acordo, isso é que é importante. Não sou melhor mãe que as outras, não me sinto (de todo) melhor mãe que as outras, não acho que eu sei tudo e que todas as outras cometem pecados capitais com os seus próprios filhos, não comparo cada gracinha, cada habilidade e cada passo de desenvolvimento. Eu sou apenas a mãe da Mini-Tété e faço aquilo que acho melhor para ela. Apenas isso. 

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