Sempre achei que ia ser, infelizmente, aquele tipo de mãe que se gaba em alto e bom som de tudo o que o seu rebento faz primeiro. Imaginava-me já, de peito inchado, a dizer coisas como "A tua filha dorme oito horas seguidas? Ai, a minha dorme dez!", "A minha filha é super inteligente, é mesmo precoce!", "A minha com três meses já tentava dar os primeiros passos. O teu não???", "A minha quando nasceu até já sorria!" ou "A minha compreende tudo, tudo, tudo o que lhe digo! E tem cá uma personalidade!", enquanto mentalmente esfregaria as mãos de contente por a minha ser obviamente melhor que todos os outros bebés. Não que eu quisesse ser assim, eu abomino quem é assim, mas lá no fundo achava que depois do parto as hormonas deixariam atrás de si um cérebro queimado e que me transformaria neste tipo de mãe.
Depois a Mini-Tété nasceu e eu percebi que na verdade estava a lixar-me para isto tudo. Quero lá saber se a filha da vizinha do primeiro esquerdo bateu primeiro palminhas, quero lá saber se o filho da amiga do escritório disse primeiro mamã, quero cá saber se o primo Alfredo já come o dobro da quantidade e a prima Antonieta é uma bebé mais elegante. Quero lá saber se quando o bebé faz seis meses é suposto nascer um dente miraculosamente naquele dia senão já está atrasado. Quero lá saber se um bebé que não ande aos 12 meses é porque tem um qualquer problema. Sou uma pessoa inteligente e informada, que sabe que cada bebé tem o seu ritmo e no fundo apenas uma coisa me interessa: que a Mini-Tété seja um bebé feliz e que eu sinta que estou a fazer o melhor que posso o que inclui dar-lhe espaço e tempo).
Também ajudou o facto de a própria Mini-Tété se estar a lixar para isto tudo. É que mesmo que eu quisesse, ela não me deixa gabar de grande coisa. Por pura curiosidade, todos os meses pesquiso quais as rotinas (às vezes tiro algumas ideias) e gracinhas que os outros bebés fazem com a idade da Mini-Tété e descubro todos os meses que a Mini-Tété não segue nada as rotinas dos outros bebés (coisa que obviamente não me preocupa) e não faz nem um décimo das gracinhas que os outros fazem (preguiçoooooosa!). Vá, podia gabar-me que ela sempre dormiu bem (embora ressalvasse sempre que era mais mérito dela do que propriamente meu enquanto mãe) mas nem isso ela agora me deixa fazer com as suas noites agitadas (alguém explique à minha filha que não, 3h da manhã não é hora de conversar e que embora o despertador do pai toque às 4h30 da manhã, só ele se deve levantar e que eu e ela podemos e sobretudo devemos ficar na cama a dormir).
De resto, sou extremamente realista. A Mini-Tété não faz nada melhor que os outros bebés. É uma bebé absolutamente normal. Nem eu nem o Jack temos qualquer problema em, vendo um bebé mais desenvolvido que a Mini-Tété, assumir sem qualquer pena ou receio na voz que a nossa pequenina ainda não faz isto ou aquilo. E eu gosto de ser este tipo de mãe. E sobretudo gosto de ser este tipo de mãe com esta bebé tão absolutamente normal.
De resto, sou extremamente realista. A Mini-Tété não faz nada melhor que os outros bebés. É uma bebé absolutamente normal. Nem eu nem o Jack temos qualquer problema em, vendo um bebé mais desenvolvido que a Mini-Tété, assumir sem qualquer pena ou receio na voz que a nossa pequenina ainda não faz isto ou aquilo. E eu gosto de ser este tipo de mãe. E sobretudo gosto de ser este tipo de mãe com esta bebé tão absolutamente normal.
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