Não sou uma pessoa que liga muito a futebol, apoio a selecção mas não choro por ela. Não conheço todos os jogadores, nem as suas posições, qualidades e fraquezas e por isso não houve jogo nenhum deste Euro 2016 que eu não perguntasse ao Jack "Mas quem é aquele??" (muito melhor do que a figura triste que fiz no Euro 2004, em que acordei estremunhada a meio de um jogo e perguntei "Quem é aquele senhor de preto que ali anda no meio dos jogadores?"). Não mudo a minha fotografia no facebook nem partilho posts de apoio à Selecção. Mas vejo os jogos e torço pela equipa, enfureço-me quando sofrem faltas e puxo mentalmente as orelhas quando as cometem. Festejo os golos e desejo sempre que cheguem o mais longe possível.
E ontem chegámos. Se a cada jogo deste Euro, se faziam previsões e apostas, já ontem não consegui que ninguém me desse o seu palpite. O ambiente estava tenso, queríamos muito ganhar mas sabíamos que a França não era uma equipa qualquer para além de estar a jogar em casa.
A saída do Ronaldo chocou-nos e chocou o mundo. Só quem não quer ver é que não vê que foi um ataque premeditado, uma falta mais do que assinalável mas que o árbitro fez questão de habilmente ignorar. Não sou fã do Cristiano Ronaldo, não o acho lindo de morrer mas reconheço o jogador que ele é e o quão injusta foi esta saída forçada. Temi seriamente pela capacidade da nossa equipa em se manter concentrada já que, mesmo não querendo, a perda de um capitão e do melhor jogador em campo tinha tudo para nos destabilizar.
E nesse momento percebi que para mim tínhamos mesmo de ganhar. Não apenas porque merecíamos mas porque a França tinha deixado de o merecer. Uma equipa que se esquece que aquilo que faz e para a qual é paga é na verdade um desporto, e que acha necessário lesionar um jogador adversário para assim aumentar as suas hipóteses de ganhar, não merece a taça nem o meu respeito.
Por aqui o Jack e o pai soltavam um chorrilho de asneiras a cada passe mal dado, a cada bola perdida (ainda bem que a Mini-Tété ainda não está na fase de repetir tudo o que ouve), a nossa mesinha de apoio apanhou um murro frustrado do Jack que me obrigou a avisá-lo que caso ele partisse alguma coisa, hoje enfiar-me-ia no ikea com o cartão de crédito dele e que ia ser a loucura das compras, o grito do golo foi tão alto que quando fui de seguida espreitar o sono da Mini-Tété pensei que a ia encontrar assustada agarrada ao candeeiro do tecto, e o apito final teve direito a beijos e abraços e saímos porta fora de bandeira em punho! Somos campeões!
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