29.3.17

Porque continuo a dormir profundamente?

Já aqui disse várias vezes que depois da Mini-Tété nascer não passei a dormir pior. Quer dizer, tive de adaptar o meu ritmo de sono ao dela mas não fiquei com o sono mais leve nem acordo com qualquer barulhinho que ela faça ou em pânico para ver se ela respira. Já andava a matutar numa provável razão para isso mas em conversa com uma amiga grávida sobre quando passar os bebés para o seu próprio quarto, cheguei à conclusão definitiva: o facto de a Mini-Tété ainda dormir no nosso quarto ajuda e muito a que eu seja assim.

Nunca planeámos conscientemente ter a Mini-Tété a dormir no nosso quarto com quase 1 ano e meio de vida, muito pelo contrário, mas uma reviravolta nos planos iniciais levou-nos mais tarde a adiar a ideia de a mudar de quarto. Quando ela nasceu, não lhe fizemos um quarto pois a ideia seria mudar de casa após o nascimento por isso não valia a pena. Além do mais, pelo menos os primeiros seis meses seriam passados no nosso quarto devido ao risco de morte súbita (não é que possamos fazer grande coisa, não é isso, mas é uma das medidas que se acredita reduzir este risco tal como o uso de chupeta, por exemplo. Penso que tem qualquer coisa a ver com a respiração dos pais.). Tenho a ideia pessoal que os pais que preparam os quartinhos dos bebés durante a gravidez têm mais pressa em colocar lá os bebés a dormir. No nosso caso, este factor não existiu porque não havia quarto pronto. Tê-la ali a dormir ao meu lado durante os primeiros 6 meses de vida permitiu-me dormir profundamente pois se ela começasse a chorar, não haveria maneira de eu não ouvir no mesmo segundo pelo que eu não precisava de "ficar alerta".

As obras atrasaram imeeeenso e de repente a pequena tinha 6 meses e tivemos de ponderar se fazíamos o quarto e se a mudávamos ou não. A Mini-Tété dormia já noites completas sem acordar para comer desde que tinha 1 mês de vida (eu sei, eu sei, um anjinho, coisa mais fofa da sua mãe) pelo que não custaria nada tê-la a dormir noutro quarto pois provavelmente ela nem daria pela diferença. Mas eis que aos 6 meses, deu-lhe para perder constantemente a chupeta durante a noite e não a encontrar. Com a cama de grades logo ali ao lado e ao nível do meu colchão, bastava esticar o braço, dar a chupeta antes que ela acordasse completamente (e eu também) e a noite continuava sossegada. Nem pensar em mudar de quarto enquanto esta situação se mantivesse pois nem pensar em andar toda a noite entre quartos por causa de uma chupeta. Mais uma vez, com ela logo ali ao pé, eu podia dormir profundamente pois quando ela se começava a queixar da falta de chupeta, eu ouvia logo e em segundos a situação ficava resolvida, por isso o "modo alerta" não precisava de estar ligado.

Quando a fase da chupeta caída passou, voltámos a ponderar e a adiar. E ainda bem. Com o tempo, novas fases vieram e foram, e em todas ela dei por mim a pensar que ainda que ela ainda dormia ali ao nosso lado pois poupava-me a andar a deambular pela casa durante a noite até ela.

Isto também permitiu que nunca cedêssemos à tentação de a pôr a dormir na nossa cama. Com ela logo ali ao lado não sentimos essa necessidade, nem ela porque mesmo em bebé bastava eu esticar uma mão para lhe fazer uma festa para se sentir logo mais acompanhada. Adormecê-la também sempre foi fácil e confortável: ela na cama dela, nós na nossa. Tão confortável que o Jack adormece sempre antes dela.

Ah, então defendes com unhas e dentes que as crianças devem ficar no quarto dos pais tanto tempo? Não de todo, até porque também tem os seus inconvenientes. Nas fases em que ela está com o sono mais leve e acorda com qualquer coisa, a ideia do quarto partilhado é péssima. Sobretudo se um membro do casal tem de pôr o despertador para as quatro ou cinco da manhã. Também não deixa de interferir no à-vontade dos pais enquanto casal pois a privacidade é menor. Mas a verdade é que mesmo com estes inconvenientes, as vantagens de a ter ali tem sido muitas mais. E uma delas é a profundidade do meu sono (o do Jack, então, mantém-se igual. No outro dia acordei-o com uma valente cotovelada nas costelas e ele nem se apercebeu do que o acordou). E acho que no geral o sono da Mini-Tété também tem saído a ganhar.

No fundo, o que defendo é que cada casal encontre a altura que mais jeito lhe dá para mudar o bebé de quarto, e não a altura que as 1001 vozes em seu redor farão questão de dizer ser a melhor. A melhor é aquela que deixa os pais e o bebé confortáveis. E não me venham com aquelas teorias de "ah, mas uma criança tanto tempo no quarto dos pais vai ficar dependente deles para o resto da vida, vai ser um mariquinhas cheio de medos, um tótó, nunca vai saber desenrascar-se sozinho" porque enfio essas no mesmo saco onde enfio as brilhantes teorias de "não se deve dar colo a um recém-nascido para não ficar mal-habituado" ou "Colo a mais torna-os muito apegados à mãe" (deveriam ser apegados a quem? Ao padeiro?). No tempo das cavernas e das cabanas, mães e filhos dormiam todos juntos, não havia cá bebés despachados para a sua própria gruta aos 6 meses de idade. Por isso, não sinto mesmo que haja um altura assim tão certa quanto dizem muitas vozes. Por enquanto, resulta assim para nós. E o meu sono agradece.


4 comentários:

  1. As minhas duas Minis ficaram no meu quarto até aos 18 meses. A mais velha mudou nesta idade para não fazer coincidir a mudança com o nascimento da irmã, de forma a não se sentir rejeitada. A mais nova mudou também aos 18 meses porque começo a manifestar vontade de estar ao pé da mana e a mana ao pé dela. Mas tenho amigas que mudaram os filhos logo aos seis meses. É como tudo dizes, cada casal se deve adaptar.

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    1. É isso. Não acho que faça bem ter a "criança" no quarto dos pais até aos 16 anos, mas também não acho que haja a obrigação de a mudar aos 6 meses sob pena de estarmos a provocar danos terríveis. :)

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  2. A minha experiência tem sido um pouco diferente. Mudamos o nosso menino para o quarto dele um pouco antes dos 6 meses porque percebemos que ele já dormia melhor no berço maior (no nosso quarto tínhamos um mini berço) e em vez de mudar o berço maior para o nosso quarto mudamos o bebé para o quarto dele :) e correu bem.
    Mas o meu bebé nunca gostou de chupeta :( nunca foi fácil que ele não acordasse completamente durante a noite porque não tinha a solução rápida de pôr a chupeta e já está (confesso que no início desejei que ele aceitasse a chupeta, mas entretanto habituei-me e já não penso nisso). Mas em contrapartida temos de "usar" a opção nossa cama porque é das formas mais rápidas dele voltar a adormecer e depois passa-lo de novo para a cama dele. Não é a solução perfeita mas sem chupeta ou biberão (que ele também não gosta) é o que tem resultado para nós.
    Vejo as vantagens de manter no quarto dos pais, mas como eu não tinha de ir apenas colocar a chupeta e tenho a sorte de a maioria das noites ser de sono seguido a melhor opção foi mesmo já o pôr no quarto dele. Os sonos da tarde também sempre foram no quartinho dele e foi-se habituando. Eu gosto que ele tenha aquele que pode chamar o seu espaço desde cedo, mas vejo vantagens nas duas opções. Como me disse uma vez um pediatra "o que estiver a resultar para os pais e para o bebé é o certo a fazer" e assim tem sido :)

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    1. Concordo. :) A questão é que os bebés (e os pais) são tão diferentes que é impossível querer que a mesma fórmula seja aplicado a todos. Olha para nós, com bebés tão diferentes (na chupeta, no biberão) e tão diferentes enquanto mães (eu e o Jack nunca quisemos deitá-la na nossa cama com medo de um acidente por termos o sono pesado. Houve algumas sestas quando um de nós ficava acordado e podia ir espreitando se estava tudo bem). Estranho seria se fizéssemos as mesmas coisas. :)

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